Blog do Levany Júnior

Papa defende direito inviolável à vida em encontro com a ONU

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09/05/2014 10h45 – Atualizado em 09/05/2014 10h57

Papa defende direito inviolável à vida em encontro com a ONU

Secretário-geral Ban Ki-moon foi ao Vaticano para reunião.
Francisco reiterou oposição radical da Igreja ao aborto,

Da France Presse

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O Papa Francisco reiterou nesta sexta-feira (9) ante as autoridades das Nações Unidas a oposição radical da Igreja ao aborto, por considerar “inviolável a vida desde a concepção até seu fim natural”, destacando uma antiga divergência.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, declarou que “conta com a Igreja Católica, em sua liderança e direção espiritual, para continuar a trabalhar em estreita colaboração com as Nações Unidas para promover uma vida digna para todos”.

O Papa Francisco cumprimenta o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, durante encontro no Vaticano (Foto: L’Osservatore Romano/AP)

“Nós apreciamos profundamente seu compromisso pessoal para erradicar a pobreza e promover o desenvolvimento sustentável”, afirmou a Jorge Bergoglio, antes de convidá-lo “na primeira oportunidade possível” a Nova York para “expor sua visão” de mundo na tribuna das Nações Unidas.

Ban Ki-Moon, um sul-coreano, pediu-lhe, durante a sua visita em agosto a seu país, para “enviar uma mensagem de cura e reconciliação aos povos da península coreana” dividida.

O Papa argentino, apesar de elogiar o seu trabalho, apelou às agências da ONU que não aceitem “a exclusão econômica, a cultura do desperdício e da morte, que, infelizmente, poderia tornar-se uma mentalidade passivamente aceita”.

“As metas futuras de desenvolvimento sustentável devem abordar as causas estruturais da pobreza e da fome, para buscar resultados substanciais para a proteção do meio ambiente, garantir um trabalho decente para todos e uma proteção adequada para a família”.

Para Francisco, “a vida é inviolável desde a concepção até a morte natural”: uma clara condenação ao aborto e à eutanásia.

O assunto é polêmico. Esta semana, a Santa Sé foi fortemente criticada por especialistas do Comitê das Nações Unidas contra a Tortura, não só apenas sobre a pedofilia, mas também por sua oposição ao aborto.

Os especialistas têm comparado à tortura a atitude da Igreja que desencoraja as mulheres pobres, mesmo exploradas e violentadas, de abortar. O chefe da delegação da Santa Sé, o arcebispo Silvano Tomasi, respondeu que o aborto também é uma forma de tortura.

A Santa Sé, disse ele, condena “todas as formas de tortura, incluindo aqueles que são torturados e mortos antes mesmo de nascer”.

Especialmente desde as Conferências do Cairo sobre a População (1994) e de Pequim sobre a Mulher (1995), a ONU e a Igreja se opõem sobre a questão da contracepção, o aborto, os preservativos e os direitos das mulheres.

O confronto tem outros reflexos. Nem todos os religiosos/os católicos seguem os preceitos da Igreja sobre o preservativo e a pílula, por exemplo.

As agências da ONU acusam o Vaticano de promover a natalidade excessiva em sociedades sem recursos, o que vai de encontro ao seu papel de contribuir para o desenvolvimento.

Já o Vaticano acusa a ONU de violar os “direitos naturais” à vida e à família, de ser malthusiano e promover um ‘imperialismo cultural’, no qual projeta as concepções de sociedades avançadas do norte são impostas às culturas do sul.

Trinta chefes das agências da ONU acompanham o secretário-geral Ban Ki-moon.

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