A PALAVRA DO DIA-0 Jeremias 31:1-40 – A RESTAURAÇÃO SERÁ GRANDE – VALE A PENA ESPERAR!
Estamos na décima terceira parte, de nossa divisão proposta de dezoito delas, nos baseando na estruturação apresentada pela BEG. Estamos no capítulo 31.
XIII. A CERTEZA DE RESTAURAÇÃO (30.1-33.26)- continuação.
Vimos que apesar do exílio iminente, Jeremias reafirmou a promessa de que o povo de Deus voltaria do cativeiro e que esses capítulos são chamados com frequência de “livro de consolação” de Jeremias, pois que contêm promessas da restauração de Israel e Judá depois dos setenta anos de exílio.
Para melhor compreensão, também dividimos essa parte XIII, em três seções: A. O livro de restauração (30.1-31.40) – concluiremos agora; B. Uma compra simbólica (32.1-44); e, C. Predições de restauração (33.1-26).
- O livro de restauração (30.1-31.40) –continuação.
Estamos vendo nessa seção “A” o que se classifica como o livro da restauração onde a visão do futuro dada ao profeta mostra uma perspectiva gloriosa para o povo de Deus.
O capítulo começa com a promessa de que o Senhor naquele tempo seria o Deus de todas as famílias de Israel e eles seriam o seu povo, uma aliança com o Messias e a Igreja para todo o sempre.
O remanescente que escapou da espada é que achou graça no deserto. Foi por meio dele que os propósitos de Deus haveriam de ter continuidade (v. 7; 6.9; 23.3).
A volta da Babilônia seria pelo deserto (o atual deserto árabe), como havia sido o êxodo da terra do Egito. A mesma analogia pode ser encontrada em Is 40.3-4; 43.19-20. Como no primeiro êxodo, a restauração do exílio seria um exemplo do poder salvador do Senhor que iria a frente e daria descanso a Israel.
Como bem enfatiza o escritor de Hebreus, o descanso não era para qualquer um, mas para os que criam, por isso que ele os exortava a se esforçarem por entrar no descanso de Deus – Hebreus 4:1-3, 9-12: “procuremos diligentemente entrar no descanso de Deus“.
A referência inicial, aqui no verso 3, ao falar que de longe o Senhor lhe apareceu é muito provavelmente uma referência ao Sinai (Êx 19-24). O povo de Israel foi eleito por Deus com base no amor divino (Dt 7.6-7) – não por méritos ou obras que tenham praticado – e no caráter eterno da aliança afirmada em Gn 17.7, onde com benignidade, outro símbolo do restabelecimento da aliança rompida, os atraiu.
Na era da restauração, depois do exílio, a mácula indelével da profanação seria, finalmente, removida. É interessante observar que a virgem de Israel, do verso 4, é desejada, em contraste com 18:13-15 onde a “virgindade” de Israel é desperdiçada.
A bênção da aliança na natureza (Dt 7.13; 28.4,30) seria experimentada até nos montes de Samaria, a capital do Reino do Norte, que teve o seu povo exilado pelos assírios em 722 a.C. A renovação depois do exílio seria tão grande que até mesmo esse Reino do Norte seria restaurado, mas como no caso da restauração de Judá, a de Samaria não foi diferente e também não se concretizou inteiramente devido à infidelidade do povo. Quem sabe, agora com a igreja do Senhor, não seja diferente?
Os atalaias do verso 6 talvez fossem homens responsáveis por saber as datas das festas anuais mediante a observação da lua. Era na região montanhosa de Efraim que ele proclamava a subida a Sião para adorarem a Deus. No período de restauração, o povo não frequentaria mais os santuários apóstatas do norte construídos por Jeroboão em Betel e Dã (1 Rs 12.26-33). Em vez disso, iriam a Sião.
A ordem era para o povo cantar e se alegrar e vibrar com a certeza do retorno porque o Senhor os haveria de restaurar; o resto de Israel seria restaurado. A promessa era de que os traria do reino do norte e os congregaria das extremidades da terra. Os que são citados são as grávidas, os aleijados, os cegos, as de parto, justamente as que dependiam de ajuda para virem.
Eles voltariam com choro, provavelmente de grande alegria (vs. 16) e seriam guiados aos ribeiros de águas, por caminho reto – Is 40.4 – para um lugar de descanso e refrigério para suas almas e corpos cansados da viagem – SI 23.2; Is 48.21; 49.10. Deus aqui estaria se revelando a eles como a um Pai, onde Efraim seria o seu primogênito – 3.4; 31.20; Êx 4.22; Os 11.1-4.
O Senhor é quem redimiu, ou resgatou, literalmente, “libertou mediante o pagamento de um resgate” (Lv 27.27). O termo também é usado para a libertação do povo de Israel do Egito pelo Senhor (Dt 7.8; 9.26). Não somente os resgatou como também os libertou, termo também usado com o sentido de redenção por um parente “resgatador” (Rt 3.9; veja Lv 25.25-28; Jr 32.7-8) de uma propriedade perdida por um membro da família. Esse termo igualmente também se refere à redenção de Israel do Egito (“resgatarei”, Êx 6.6), indicando que os israelitas foram resgatados para um relacionamento íntimo com o Senhor – Êx 6.7. As duas ideias (o pagamento de um preço e a obrigação e relação de parentesco) são unidas na teologia da expiação do Novo Testamento.
Havia uma mão mais forte do que Jacó que o prendia no seu cativeiro, mas Deus, seu resgatador e redentor os livraria e agora viriam e cantariam de júbilo nos altos de Sião onde estariam radiantes pelos inúmeros benefícios do Senhor – vs. 12 – que nos faz ser esse jardim regado especial repleto de bênçãos:
- Do trigo – o pão que sustenta e dá vida.
- Do mosto – que alegra o coração.
- Do azeite – que separa e unge para o serviço.
- Dos cordeiros – do próprio sacrifício.
- Dos bezerros – do próprio sacrifício.
Onde a virgem se alegrará na dança, como bem assim os mancebos e igualmente os velhos porque o Senhor trocaria o pranto por gozo, a tristeza pela alegria e os consolaria – vs. 13. Também os sacerdotes e todos do povo se fartariam das benesses do Senhor.
No verso 15, um lamento, um choro incomum em Ramá que ficava na tribo de Benjamim, no antigo território do norte. Raquel era a avó de Efraim e Manasses (progenitores das principais tribos do norte). Ela é retratada chorando pela destruição do Reino do Norte em 722 a.C.
Em Mt 2.18 essa imagem é aplicada à matança de inocentes ordenada por Herodes, pois Israel ainda estava sob a tirania de potências estrangeiras (romanas) quando Jesus nasceu.
A promessa é de que esses seus filhos voltariam – vs. 17 – para os seus termos, ou sejam ressuscitarão no tempo devido. Efraim aqui se mostra arrependido e crente em sua absolvição final embora tenha de passar por algum disciplinamento necessário para sua edificação. Ele exclama e pede para ser castigado e depois restaurado, pois nele havia arrependimento.
No verso 20, o Senhor se mostra favorável a ele e declara assim o seu amor e aceita suas orações. No tempo devido, será ele restaurado e reintegrado ao povo de Deus.
Há no verso 21, uma exortação aos exilados para se lembraram da Terra Prometida, para deixarem essa lembrança inspirar seu arrependimento e para voltarem à Terra Prometida durante a restauração.
A nova salvação não diminuiria a necessidade do apelo do Senhor para que o seu povo fosse fiel. O significado da coisa nova do Senhor, da mulher resgatando o varão – vs. 22 -, é obscuro, mas talvez o ditado evoque a imagem de uma mãe protegendo seu filho do sexo masculino (retratando, portanto, segurança), ou também pode ser uma metáfora para Israel, a noiva do Senhor, abraçando-a com fidelidade total (Os 2.16).
Dos vs. 23 ao 28, vemos promessas de Deus de muitas bênçãos e de vitórias para Judá e Jerusalém e também Israel. Todas elas vinculadas ao término do cativeiro, o qual estariam todas obrigadas a passar e ter paciência. A alma cansada será saciada e a faminta e a sedenta encontrariam o refrigério e o cuidado.
Também se poria fim a um velho ditado muito falado também em Ezequiel de que os pais comeram as uvas verdes, mas foram os dentes dos filhos que se embotaram. Esse provérbio foi usado pelos exilados para culpar as gerações anteriores pela calamidade do exílio, possivelmente com base numa compreensão equivocada de Êx 20.5 e Nm 14.18; Ez 18.2.
Não era como se pensava, mas cada um seria ou deveria ser morto pela sua própria iniquidade. Durante o período de restauração, as pessoas seriam julgadas individualmente. Veja a discussão detalhada em Ez 18.4-32 (veja também Dt 24.16). Embora as várias gerações anteriores também fossem culpadas (7.13;11.7-8), fica claro que essa geração merecia plenamente o castigo que lhe estava reservado.
Dos versos de 31 aos 34, temos a retomada de temas apresentados inicialmente por Moisés (Dt 30.1-10). Jeremias profetiza que Deus faria uma nova aliança com o seu povo. Como na antiga aliança (Êx 19-24) firmada depois da redenção do Egito (Êx 12 15), a nova aliança permitiria a redenção do exílio (v. 34). Essa passagem é citada em Hb 8.8-12.
O profeta, ao se expressar – vs. 31 – que viram dias de novo pacto, ele está se referindo ao período de restauração depois do exílio, quando Deus abençoaria o seu povo ricamente.
A ideia da nova aliança não era algo que fosse novo nesse sentido de surgimento, mas de renovação. O conceito claro aqui é de uma aliança renovada em vez de uma substituição de aliança – a BEG propõe e achamos interessante essa pausa, que se veja o seu artigo teológico “A aliança das obras e a aliança da graça“, em Gn 6, e o quadro “As principais alianças na Bíblia“, em Gn 9.
Algumas passagens do Novo Testamento (p. ex., 1Co 11.25; 2Co 3.6; Hb 9.15; 12.24) revelam que a nova aliança se cumpriu em Cristo, que realizou o desejo do Senhor de ter um relacionamento pactual renovado com o seu povo.
Ainda assim, na sua primeira vinda, Cristo apenas deu início à nova aliança. Ele continua a estabelecê-la neste período entre a sua primeira e a segunda vinda e a instituirá plenamente quando voltar em glória.
Essa aliança seria com a casa de Israel e com a casa de Judá, enfatizando a continuidade da aliança de Deus; porém, veja também 23.3 (E eu mesmo recolherei o resto das minhas ovelhas de todas as terras para onde as tiver afugentado, e as farei voltar aos seus apriscos; e frutificarão, e se multiplicarão).
A Israel da nova aliança seria a descendência de Abraão, mas como os profetas do Antigo Testamento e o Novo Testamento indicam, os gentios crentes também seriam incluídos (GI 3.16,26-29). Essa foi a maior bênção de Deus a todos os povos da terra as quais alguns judeus mais zelosos acharam difícil de suportar tal compartilhamento dessas bênçãos de Deus, pois queriam mesmo a exclusividade delas.
A nova aliança a ser sancionada estaria em contraste com a antiga aliança no sentido de que, de modo algum, ela seria quebrada como a antiga o foi (v. 32; Hb 8.7-8).
Em outras passagens, esse contraste é associado à graça mediada pelo Servo justo que, pelo seu sacrifício definitivo, garantiria as bênçãos da aliança para o seu povo (p. ex., Is 53.4-5,8,10-12; cf. Hb 9.12-15; 10.1-4,10-18).
Apesar de Cristo já ter realizado muita coisa (isto é, antes de voltar em glória para estabelecer plenamente a nova aliança), a nossa situação como indivíduos e grupos é bastante semelhante à do povo na antiga aliança (1Co 10.1-11).
Nos dias de hoje, ainda é possível um cristão fazer parte da igreja visível (uma comunidade da nova aliança) e romper a aliança de modo tão severo a ponto de receber o julgamento ou a disciplina de Deus (veja Hb 10.29). Seria interessante também nesse momento uma boa reflexão no texto recomendado pela BEG, em seu artigo teológico “A perseverança e a preservação dos santos”, em Fp 1. Essa possibilidade só será eliminada quando Cristo voltar.
Ao se referir ao pacto que fará depois daqueles dias, o profeta está falando de um tempo depois do exílio, mas não o especifica. O Novo Testamento mostra que esse período foi iniciado por Cristo.
O novo pacto seria inculcado diretamente na mente e no coração do crente. Os judaítas incrédulos do tempo de Jeremias reduziram a lei a um padrão externo, numa atitude bastante parecida com a dos judeus do tempo de Jesus e da igreja primitiva, cheia de regras e preceitos a serem observados – há cerca de 617 deles!
A ideia da lei impressa na mente e no coração não é nova. Era o ideal da antiga aliança que se realizou parcialmente nos homens e mulheres do Antigo Testamento que demonstraram ter uma fé verdadeira (Dt 6.5; 26.16; 32.46; 30.1,14).
Quando a nova aliança for plenamente instituída com a volta de Cristo, a lei de Deus será gravada no coração de cada participante da aliança de tal modo que se tornará impossível desobedecer a ela. Enquanto esse dia não chega, os cristãos experimentam o cumprimento parcial dessa promessa. Assim, nossas tentativas de interiorizar e amar a lei de Deus nunca são inteiramente bem-sucedidas.
O fato é que como não temos o livre-arbítrio (diga-se de passagem como o fato de não conseguirmos agir de modo contrário à nossa natureza) hoje e é impossível não pecar, depois, continuará sendo impossível, pela ausência do livre-arbítrio, pecarmos.
Essa é a fórmula da antiga aliança (1v 26.12; cf. 7.23): eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. A nova aliança não abolirá a antiga; antes, renovará e cumprirá os seus ideais – vs. 31.
Por conta dessa novidade de vida não será mais necessário o ensinamento para conhecer ao Senhor, pois todos o conhecerão. Essa exortação resume a obrigação da lei (p. ex., 22.16-17; 1 Cr 28.9).
A antiga aliança exigia que o povo de Deus o conhecesse, mas durante o exílio, o conhecimento de Deus em Israel quase se extinguiu.
Na plenitude da nova aliança, quando Jesus voltar, todos os seus participantes conhecerão a Deus que realizará, na nova aliança, aquilo que ordenou na antiga.
De acordo com a sua promessa, ele dará ao seu povo um coração para conhecê-lo (24.7). Por certo, apesar de Cristo ter dado início à nova aliança com sua morte e ressurreição, nem todos os participantes da nova aliança (a igreja visível) têm um conhecimento salvador do Senhor.
Os cristãos de hoje ainda precisam ensinar uns aos outros a conhecerem o Senhor. As palavras de Jeremias só se realizarão completamente quando Cristo voltar.
A base da promessa do perdão nos vs. 32-33 é identificada aqui como uma nova obra de redenção que se iniciou em Cristo em sua primeira vinda e se completará na volta de Cristo (veja Hb 10.1-17) onde jamais se lembraria novamente dos nossos pecados.
No Antigo Testamento, a palavra “lembrar” implica tomar atitudes com base num compromisso anterior – Gn 8.1. Assim, essa promessa se refere a um tempo em que Deus não mais agiria para julgar o seu povo pelos seus pecados, como havia feito segundo o seu compromisso anterior na antiga aliança — um tempo em que o sistema sacrifical da antiga aliança deixaria de existir, uma vez que servia de um lembrete permanente dos pecados (Hb 10.3-4,11).
A palavra “jamais” ressalta que a expiação futura pelos pecados seria definitiva e perfeita, eliminando a necessidade de outros sacrifícios pelo pecado. O fato é que Deus não iria esquecer no sentido de perder a sua memória – impossível! – mas no sentido de que não tomaria mais decisões a partir daquele contexto ruim de pecado.
Jr 31:1 Naquele tempo, diz o Senhor,
serei o Deus de todas as famílias de Israel, e elas serão o meu povo.
Jr 31:2 Assim diz o Senhor:
O povo que escapou da espada achou graça no deserto.
Eu irei e darei descanso a Israel.
Jr 31:3 De longe o Senhor me apareceu, dizendo:
Pois que com amor eterno te amei,
também com benignidade te atraí.
Jr 31:4 De novo te edificarei, e serás edificada ó virgem de Israel!
ainda serás adornada com os teus adufes,
e sairás nas danças dos que se alegram.
Jr 31:5 Ainda plantarás vinhas nos montes de Samária;
os plantadores plantarão e gozarão dos frutos.
Jr 31:6 Pois haverá um dia em que gritarão os vigias
sobre o monte de Efraim:
Levantai-vos, e subamos a Sião, ao Senhor nosso Deus.
Jr 31:7 Pois assim diz o Senhor:
Cantai sobre Jacó com alegria, e exultai por causa
da principal das nações; proclamai, cantai louvores, e dizei:
Salva, Senhor, o teu povo, o resto de Israel.
Jr 31:8 Eis que os trarei da terra do norte
e os congregarei das extremidades da terra;
e com eles os cegos e aleijados,
as mulheres grávidas e as de parto juntamente;
em grande companhia voltarão para cá.
Jr 31:9 Virão com choro, e com súplicas os levarei;
guiá-los-ei aos ribeiros de águas,
por caminho direito em que não tropeçarão;
porque sou um pai para Israel,
e Efraim é o meu primogênito.
Jr 31:10 Ouvi a palavra do Senhor, ó nações, e anunciai-a
nas longínquas terras marítimas, e dizei:
Aquele que espalhou a Israel o congregará e o guardará,
como o pastor ao seu rebanho.
Jr 31:11 Pois o Senhor resgatou a Jacó,
e o livrou da mão do que era mais forte do que ele.
Jr 31:12 E virão, e cantarão de júbilo nos altos de Sião,
e ficarão radiantes pelos bens do Senhor,
pelo trigo, o mosto, e o azeite,
pelos cordeiros e os bezerros;
e a sua vida será como um jardim regado,
e nunca mais desfalecerão.
Jr 31:13 Então a virgem se alegrará na dança,
como também os mancebos e os velhos juntamente;
porque tornarei o seu pranto em gozo,
e os consolarei,
e lhes darei alegria em lugar de tristeza.
Jr 31:14 E saciarei de gordura a alma dos sacerdotes,
e o meu povo se fartará dos meus bens, diz o Senhor.
Jr 31:15 Assim diz o Senhor:
Ouviu-se um clamor em Ramá, lamentação e choro amargo.
Raquel chora a seus filhos, e não se deixa consolar a respeito deles,
porque já não existem.
Jr 31:16 Assim diz o Senhor:
Reprime a tua voz do choro, e das lágrimas os teus olhos;
porque há galardão para o teu trabalho, diz o Senhor,
e eles voltarão da terra do inimigo.
Jr 31:17 E há esperança para o teu futuro, diz o Senhor;
pois teus filhos voltarão para os seus termos.
Jr 31:18 Bem ouvi eu que Efraim se queixava, dizendo:
Castigaste-me e fui castigado,
como novilho ainda não domado;
restaura-me, para que eu seja restaurado,
pois tu és o Senhor meu Deus.
Jr 31:19 Na verdade depois que me desviei, arrependi-me;
e depois que fui instruído, bati na minha coxa;
fiquei confundido e envergonhado,
porque suportei o opróbrio da minha mocidade.
Jr 31:20 Não é Efraim meu filho querido?
filhinho em quem me deleito?
Pois quantas vezes falo contra ele,
tantas vezes me lembro dele solicitamente;
por isso se comovem por ele as minhas entranhas;
deveras me compadecerei dele, diz o Senhor.
Jr 31:21 Põe-te marcos, faze postes que te guiem;
dirige a tua atenção à estrada, ao caminho pelo qual foste;
regressa, ó virgem de Israel,
regressa a estas tuas cidades.
Jr 31:22 Até quando andarás errante, ó filha rebelde?
pois o senhor criou uma coisa nova na terra:
uma mulher protege a um varão.
Jr 31:23 Assim diz o Senhor dos exércitos, o Deus de Israel:
Ainda dirão esta palavra na terra de Judá, e nas suas cidades,
quando eu acabar o seu cativeiro:
O Senhor te abençoe, ó morada de justiça, ó monte de santidade!
Jr 31:24 E nela habitarão Judá, e todas as suas cidades juntamente;
como também os lavradores e os que pastoreiam os rebanhos.
Jr 31:25 Pois saciarei a alma cansada,
e fartarei toda alma desfalecida.
Jr 31:26 Nisto acordei, e olhei; e o meu sono foi doce para mim.
Jr 31:27 Eis que os dias vêm, diz o Senhor,
em que semearei de homens e de animais a casa de Israel
e a casa de Judá.
Jr 31:28 E será que, como vigiei sobre eles
para arrancar e derribar,
para transtornar, destruir, e afligir,
assim vigiarei sobre eles
para edificar e para plantar, diz o Senhor.
Jr 31:29 Naqueles dias não dirão mais:
Os pais comeram uvas verdes,
e os dentes dos filhos se embotaram.
Jr 31:30 Pelo contrário, cada um morrerá
pela sua própria iniqüidade;
de todo homem que comer uvas verdes,
é que os dentes se embotarão.
Jr 31:31 Eis que os dias vêm, diz o Senhor,
em que farei um pacto novo com a casa de Israel
e com a casa de Judá,
Jr 31:32 não conforme o pacto que fiz com seus pais,
no dia em que os tomei pela mão,
para os tirar da terra do Egito,
esse meu pacto que eles invalidaram,
apesar de eu os haver desposado, diz o Senhor.
Jr 31:33 Mas este é o pacto que farei com a casa de Israel
depois daqueles dias, diz o Senhor:
Porei a minha lei no seu interior,
e a escreverei no seu coração;
e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo.
Jr 31:34 E não ensinarão mais cada um
a seu próximo, nem cada um a seu irmão, dizendo:
Conhecei ao Senhor; porque todos me
conhecerão, desde o menor deles
até o maior, diz o Senhor;
pois lhes perdoarei a sua iniqüidade,
e não me lembrarei mais dos seus pecados.
Jr 31:35 Assim diz o Senhor,
que dá o sol para luz do dia,
e a ordem estabelecida da lua e das estrelas para luz da noite,
que agita o mar, de modo que bramem as suas ondas;
o Senhor dos exércitos é o seu nome:
Jr 31:36 Se esta ordem estabelecida falhar diante de mim,
diz o Senhor, deixará também a linhagem de Israel
de ser uma nação diante de mim para sempre.
Jr 31:37 Assim diz o Senhor:
Se puderem ser medidos os céus lá em cima,
e sondados os fundamentos da terra cá em baixo,
também eu rejeitarei toda a linhagem de Israel,
por tudo quanto eles têm feito, diz o Senhor.
Jr 31:38 Eis que vêm os dias, diz o Senhor,
em que esta cidade será reedificada para o Senhor,
desde a torre de Hananel até a porta da esquina.
Jr 31:39 E a linha de medir estender-se-á para diante,
até o outeiro de Garebe, e dará volta até Goa.
Jr 31:40 E o vale inteiro dos cadáveres e da cinza,
e todos os campos até o ribeiro de Cedrom,
até a esquina da porta dos cavalos para o oriente,
tudo será santo ao Senhor;
nunca mais será arrancado nem derribado.
Dos versos de 35 aos 37, vemos Deus falando da sua criação e que ela fora afetada pela queda do homem. Em outros tempos, a infidelidade pactual de Israel trouxe julgamento sobre a própria criação (4.23-26). Agora, a durabilidade da criação de Deus é definida como medida do seu compromisso com o seu povo na nova aliança.
Jerusalém foi reconstruída sob a liderança de Zorobabel e Neemias (Ed 1; Ne 1-12), mas esse programa de restauração fracassou devido ao pecado contínuo do povo. Para o Novo Testamento, essa promessa se cumprirá na nova Jerusalém que surgirá quando Cristo voltar (Ap 21.2,10).
A Torre de Hananel e a Porta da Esquina – vs. 38 – são os extremos opostos da cidade, indicando a sua totalidade (veja 2Cr 26.9; Zc 14.10-11).
Tudo agora seria santo ao Senhor e nunca mais seriam arrancados, nem derribados. A vitória esperada será demasiadamente grande, por isso convém ter paciência com a presente era e esperar nossa redenção final a qualquer momento.
p.s.: link da imagem original:
Contagem regressiva: Faltam 153 dias para 04/08/2015, quando eu irei concluir a Segmentação de toda a Bíblia.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete – http://www.jamaisdesista.com.br
…
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