Blog do Levany Júnior

Padre e autor do livro “O último Exorcista” revela segredos sobre o inferno

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Padre e autor do livro “O último Exorcista” revela segredos sobre o inferno

Está em andamento a causa da beatificação do Padre Candido Amantini, sacerdote passionista, exorcista de Roma durante 36 anos. O seu mais célebre estudante (considerado também seu sucessor) é o Padre Gabriele Amorth, 89 anos. Padre Amorth, autor do livro “O último Exorcista”, relembra quando o diabo começou a discutir com o Padre Candido sobre o inferno. Eis a entrevista.

Padre Amorth, o senhor está feliz com a abertura do processo de beatificação do Padre Candido?

É uma grande alegria, porque o Padre Candido era um homem de Deus! Sempre sereno, sempre sorridente, nunca bravo, nem mesmo com o demônio! Ele estava na boca de todos, muito conhecido em Roma, exorcizou por 36 anos sem nunca parar.

O que o senhor lembra do seu mestre?

Ele era cheio de carismas especiais. Por exemplo, para ele bastava olhar uma fotografia para entender se uma pessoa precisava de exorcismo ou de um tratamento médico.

Em qual sentido?

Eu te conto um exemplo. Um dia eu estava com ele, e me mostrou três fotos que lhe levaram. Pegou a primeira, que tinha um homem e me disse: “Vê, Padre Amorth?”, e eu: “Não vejo nada, Padre Candido”. Ele me respondeu: “Vê? Este homem aqui não precisa de nada”. Depois pegou uma foto de uma mulher e me perguntou de novo: “Vê, Padre Amorth?”, e eu ainda repeti: “Eu não estou entendendo nada, Padre Candido”. A resposta foi: “esta mulher precisa de muitas curas médicas, deve ir aos médicos, não aos exorcistas”. Por fim pegou a terceira foto que tinha uma jovem e novamente me perguntou: “Vê, Padre Amorth? Esta jovem precisa de um exorcista, vê?”, e lhe respondi: “Padre Candido. eu não vejo nada! Vejo somente se uma pessoa é bonita ou feita. E, se devo ser sincero, esta menina não é tão má assim!”, e ele sorriu. Fiz uma brincadeira, mas ele tinha entendido que aquela jovem precisava de Deus.

Antes o senhor disse que o Padre Candido nunca ficava bravo, nem com o diabo. Satanás tinha medo dele?

É como se tivesse medo, tremia diante dele e escapava rápido. O diabo na verdade tem medo de todos nós, basta que uma pessoa viva na graça de Deus!

O senhor obviamente assistiu aos exorcismos do Padre Candido…

Claro! Estive com ele por 6 anos. Fui nomeado exorcista em 1986 e desde aquele ano comecei a exorcizar junto com ele. Depois, em 1990, dois anos antes que ele morresse, iniciei a exorcizar sozinho porque ele não praticava mais. Quando alguém ia até ele, respondia: “Vai até o Padre Amorth”. Por isso sou considerado seu sucessor.

O Padre Candido era irônico com o diabo?

Quero lhe contar um episódio muito importante para você compreender a verdade. Você precisa saber que quando existe uma possessão diabólica, entre o exorcista e o demônio existe um diálogo. Satanás é um grande mentiroso, mas às vezes o Senhor o obriga a dizer a verdade. Uma vez o Padre Candido estava libertando uma pessoa após tantos exorcismos e com a sua veia irônica disse ao diabo: “Saia daí que o Senhor preparou para você uma casa bem quentinha, preparou-lhe uma casa onde não sentirá frio”. Mas o demônio o interrompeu e respondeu: “Você não sabe de nada”.

O que ele queria dizer?

Quando o diabo interrompeu o sacerdote com uma frase assim, quer dizer que Deus o obrigou a dizer a verdade. E desta vez era importantíssimo. Frequentemente eu sinto de perguntar aos fiéis: “Mas como é possível que Deus tenha criado o inferno, por que pensou em um lugar de sofrimento?”. E naquela vez o demôniorespondeu às provocações do Padre Candido revelando uma verdade importante sobre o inferno: “Não foi Ele, Deus, que criou o inferno! Fomos nós. Ele nem mesmo tinha pensado!”. Ou seja, no plano de criação de Deus não existia a criação do inferno. Quem o criou foram os demônios. Até eu, muitas vezes durante os exorcismos, perguntei ao demônio: “Você também criou o inferno?”. E a resposta é sempre a mesma: “Todos nós colaboramos”.

Quais conselhos o Padre Candido lhe deu?

Ele me deu muitos conselhos, sobretudo nos últimos dois anos de vida. O mais importante? Ser um homem de fé, rezar e pedir sempre a intercessão de Maria Santíssima. E depois, ser sempre humilde, porque o exorcista deve ser consciente de não valer nada sem Deus. Quem traz a eficácia ao exorcismo é o Senhor. Se Ele não fizer a intervenção, o exorcismo não vale nada.

Fonte: Aleteia

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