Em muitas ocasiões, Jesus chamou Seus discípulos para orar e os encorajou a serem corajosos e diligentes naquele exercício. A parábloa do juiz iníquo exemplifica bem esta questão:
“E contou-lhes também uma parábola sobre o dever de orar sempre, e nunca desfalecer, Dizendo: Havia numa cidade um certo juiz, que nem a Deus temia, nem respeitava o homem. Havia também, naquela mesma cidade, uma certa viúva, que ia ter com ele, dizendo: Faze-me justiça contra o meu adversário. E por algum tempo não quis atendê-la; mas depois disse consigo: Ainda que não temo a Deus, nem respeito os homens, Todavia, como esta viúva me molesta, hei de fazer-lhe justiça, para que enfim não volte, e me importune muito. E disse o Senhor: Ouvi o que diz o injusto juiz. E Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele de dia e de noite, ainda que tardio para com eles?” Lc 18:1-7
Lucas nos revela o motivo pelo qual Jesus narrou essa parábola. Não foi para nos convencer de que Deus pode ser seduzido a mudar de idéia, como fora mudada a mente do juiz injusto pelos pedidos enfadonhos da viúva. Ela é mais uma parábola de contraste do que de comparação. Jesus narrou a parábola para ensinar que devemos sempre orar e não perder o ânimo. A questão é, se um juiz injusto dá ouvidos aos apelos de uma viúva desamparada, então, quanto mais o Justo Juiz do céu e da terra ouvirá as nossas petições!
A promessa de Jesus é de que Deus certamente justificará ou vingará Seus eleitos que clamam a Ele incansavelmente. Essa é parte da promessa de Desus porque ela é parte do Seu plano. Quando oramos, não estamos incomodando Deus para que nos ouça, mas estamos envolvidos em um exercício que tem por objetivo beneficiar nossa alma. Oramos para no perder o ânimo.
Quando entendermos as palavras de Tiago de que a oração “muito pode”, poderemos concluir que a oração realmente muda as coisas. Novamente, o que ela muda não é o plano eterno de Deus ou a perfeição do Seu conhecimento. O mais importante: as orações nos mudam. Do contrário, por que Jesus nos ensinaria a orar por aquelas coisas que Deus sabe que precisamos?
Na oração, Deus não aprende algo novo a nosso respeito (Ele sabe de tudo!), mas estamos sempre aprendendo algo sobre Ele.
R. C. Sproul, em “A INVISÍVEL MÃO DE DEUS”