Polícia Civil abre inquérito contra 17 por rebeliões em Alcaçuz e ataque
Polícia Civil abre inquérito contra 17 por rebeliões em Alcaçuz e ataques
Suspeitos foram presos e inquéritos foram abertos, informou a polícia.
Muro de contêineres começou a ser construído para separar facções.
A Polícia Civil do Rio Grande do Norte informou neste domingo (22) que 17 pessoas são alvo de inquérito por envolvimento direto ou indireto nos atos dentro e fora da Penitenciária de Alcaçuz dede o início das rebeliões que começaram no sábado (14). Dois adolescentes também foram apreendidos.
A Polícia Civil cita cinco chefes de uma facção criminosa que já estavam em Alcaçuz e foram retirados do presídio na segunda-feira (16). Eles teriam liderado a rebelião que resultou na morte de pelo menos 26 detentos. Eles podem responder por 26 homicídios, além de dano ao patrimônio público, lesão corporal, vilipêndio de cadáver e organização criminosa.
Outros 12 foram presos em ações distintas, ligadas a ataques e outras ocorrências. Um deles, por gravar e divulgar vídeo com ameaças à sociedade e a policiais. Dois homens e um adolescente foram detidos sob suspeita de planejar ataques na cidade de Parelhas.
Foram presos outro suspeito de atear fogo na garagem da prefeitura de São Paulo do Potengi e três por atirar contra um ônibus que estava no terminal do Parque dos Coqueiros, Zona Norte de Natal.
A polícia também afirma que um foragido da penitenciária de Alcaçuz foi preso em flagrante por roubo e um jovem foi detido tentando arremessar munições para dentro do presídio. Mais um suspeito foi preso por ter participado de um incêndio que atingiu três ônibus em Barra de Maxaranguape.
Na quarta-feira (18), policiais civis de Parelhas, com o apoio da Polícia Militar, prenderam dois homens e dois adolescentes com drogas, gasolina e uma arma. Eles são suspeitos de planejar ataques criminosos contra prédios públicos a partir de ordens partidas de dentro do sistema prisional. Uma das prisões foi feita pela Força Nacional e outras três por guardas municipais.
Muro
Está pronta a primeira fileira do muro feito com contêineres – estrutura improvisada para separar as duas facções criminosas que disputam o poder dentro da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, maior presídio do Rio Grande do Norte. Uma segunda fileira, posta sobre a base, deverá ser feita ainda neste domingo (22). Apesar da separação, os detentos permanecem soltos pela unidade.
Alcaçuz fica em Nísia Floresta, cidade da Grande Natal. Foi lá, no fim de semana passado, que pelo menos 26 detentos foram mortos durante a invasão de um pavilhão. Na quinta (19), após novo enfrentamento, muitos presos ficaram feridos. A PM confirma que há novos mortos dentro da unidade, mas não informou o número. Neste sábado, enquanto os contêineres eram posicionados, equipes do Instituto Técnico de Perícia (Itep) encontraram e recolheram duas cabeças, um antebraço, um braço e uma perna.
Para a Polícia Militar, a missão de separar os presos com o muro objetiva “preservar vidas”. Foi o que disse o comandante geral da corporação, coronel André Azevedo, em entrevista no final da tarde do sábado após a primeira fileira de contêineres ficar pronta. Apesar disso, os detentos permanecem soltos e armados.
Durante a missão deste sábado, os presos ficaram confinados nos pavilhões 1 e 5, onde os policiais militares não entraram e não foi feita varredura pelos peritos do Itep. No pavilhão 1, ficaram isolados detentos que pertencem à facção Sindicato do RN. No pavilhão 5, membros do PCC.
Ainda durante a entrevista, o comandante destacou que caçambas recolheram uma grande quantidade de entulhos e muitas barras de ferro que eram usadas como armas pelos presos. Mas, não deu prazo para que o Estado faça uma intervenção em busca de armas de fogo e armas brancas.