NATAL RN -Em encontro com Bento XVI, Papa Francisco defende valor dos idosos
Em encontro com Bento XVI, Papa Francisco defende valor dos idosos
Papa Emérito esteve em cerimônia na Praça São Pedro neste domingo.
Vaticano celebrou festa dos avôs com missa.
O Papa Francisco reiterou neste domingo (28) em uma grande cerimônia na Praça de São Pedro o valor e importância dos avôs e idosos para a sociedade, algo que defendeu desde do início de seu pontificado.
O Vaticano celebrou a chamada “Festa dos Avôs” com uma cerimônia que começou com o testemunho de várias famílias e um discurso do Papa, e prosseguiu com uma missa.
Francisco começou seu discurso agradecendo a presença do Papa emérito Bento XVI.
“Eu sempre gosto muito dele aqui, no Vaticano, porque é como ter o avô sábio em casa”, manifestou.
Durante a homilia, o pontífice insistiu na importância dos idosos também para o futuro da sociedade ao lembrar a passagem bíblica do encontro da Virgem Maria e sua idosa prima Isabel, que também esperava um filho.
“O futuro de um povo representa necessariamente este encontro: os jovens dão a força para fazer o povo avançar, e os idosos robustecem esta força com a memória e a sabedoria”, asseverou.
Francisco explicou, além disso, “que há gerações de jovens que, por complexas razões históricas e culturais, vivem mais intensamente a necessidade de se independizar de seus pais, quase de se libertar do legado da geração anterior”.
E advertiu que “se o encontro não for recuperado, não se alcança um novo equilíbrio fértil entre as gerações, se chega a um grave empobrecimento do povo, e a liberdade que prevalece na sociedade é uma falsa liberdade, que quase sempre se transforma em autoritarismo”.
‘Cultura do descarte’
Perante os cerca de 40 mil avós que encheram a praça, o pontífice argentino denunciou durante seu discurso antes da missa a situação que vivem muitos idosos, vítimas do que ele considera “cultura do descarte”.
“Quantas vezes os idosos são descartados com atitudes de abandono que são uma verdadeira eutanásia escondida!”, exclamou o pontífice, que acrescentou que esta “cultura de descarte” é fruto “de um sistema econômico, em cujo centro não está a pessoa humana, mas o dinheiro”.
Francisco também pediu que as residências para os idosos, “sejam verdadeiros lares e não prisões” e que “sejam para os idosos e não para os interesses de outras pessoas”.
“Não deve haver institutos onde os idosos vivam esquecidos, escondidos e descuidados”, acrescentou.
“As residências devem ser pulmões de humanidade em um país, em um bairro ou em uma paróquia. Devem ser santuários de humanidade onde quem é velho e frágil é cuidado como um irmão mais velho”, disse o Papa.
Para Francisco, “um povo que não protege seus avôs e não os trata bem é um povo que não tem futuro. Não tem futuro porque perde a memória e se separa de suas raízes”.
“Uma das coisas mais bonitas em uma família é poder acariciar uma criança e deixar ser acariciado pelo avô ou a avó”, afirmou.
Durante a cerimônia, que foi acompanhada por canções dos tenores Andrea Bocelli, Massimo Ranieri e Claudio Baglioni, tomaram a palavras várias famílias que relataram seu testemunho.
Entre estas, um casal de idosos cristãos procedentes de Erbil, no Curdistão iraquiano, ambos de 70 anos e pais de 10 filhos, que tiveram que escapar da zona em agosto após o ataque dos jihadistas do Estado Islâmico (EI).
O pontífice também se referiu a eles quando assegurou que “a violência contra os idosos, como contra as crianças, é algo desumano”.
Aos avôs, lembrou, “que foi confiada uma grande tarefa: transmitir a experiência da vida, a história de uma família, de uma comunidade, de um povo; compartilhar com singeleza uma sabedoria, e a mesma fé”.
“Que sorte estas famílias que têm aos avôs por perto. Os avôs são pais duas vezes”, acrescentou.
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