O real está consolidando sua posição como moeda importante de pior desempenho este ano.
Na segunda-feira (21), ele caiu abaixo da cotação de R$ 4 por dólar pela primeira vez desde o começo de outubro, por conta da reação muito desfavorável dos investidores à renúncia de Joaquim Levy ao posto de ministro da Fazenda, na noite da sexta-feira.
A moeda acumula desvalorização de quase 34%. Na lista dos países emergentes, ela é seguida pelo peso argentino, que desvalorizou cerca de 33% no período.
Os investidores depositavam suas esperanças em Levy como guia seguro para ajudar a afastar a economia brasileira do precipício. Ele foi substituído por Nelson Barbosa, integrante da equipe econômica da presidente Dilma Rousseff em seu primeiro mandato, que viu um estímulo fiscal prolongado.
Analistas da Oxford Economics afirmaram que “a estratégia do governo desde o começo do ano vinha sendo a de ‘chutar para frente’ usando as credenciais de Levy como economista pró-mercado para prometer (sem cumprir) medidas de austeridade”.
Depois de sair derrotado de batalha após batalha em Brasília, Levy jogou a toalha. Sua saída reduz ainda mais a probabilidade de um ajuste fiscal.
O substituto dele, Barbosa, tem credenciais fracas. Foi um dos arquitetos da chamada “nova matriz econômica”, o conjunto de políticas intervencionistas diretamente responsável por o Brasil perder sua classificação de investimento.
No início da tarde, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, subia 1,81%, para R$ 4,011 na venda. O dólar comercial, utilizado em transações de comércio exterior, sobe 1,59%, também a R$ 4,011.
VARIAÇÃO DA COTAÇÃO DAS MOEDAS DE PAÍSES EMERGENTES
Entre 30.dez.2014 e 21.dez.2015
Folha Press
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