O vendedor Adilson Melo conta que desta vez não entrou água na casa dele, mas já viu vizinhos perderem móveis. Ele mora na localidade há um ano. “É complicada a situação de quem mora na Rua Getsêmane. Quando vem a chuva, vem o caos. Tem relatos na rua de germe, de perda de móveis, um desespero total”, contou.

“Quando chove, não tem quem fique dentro de casa. A gente fica se ajudando. A minha vizinha perdeu a geladeira há 15 dias”, completou.

Vanda Pereira, que limpa a casa desde o começo a manhã, lembra que já perdeu móveis e eletrodomésticos em outras chuvas, e que a comunidade sempre comunica a prefeitura sobre os problemas de drenagem da rua. “A gente não pode fazer nada. Tem que estar esperando a prefeitura e a boa vontade de quem tem. São 12 anos que moro aqui e 12 anos que a gente vive dessa forma, tendo que andar por dentro da lama para deixar filho na escola”, lamentou.

A dona de casa chega colocar barricadas nas portas para tentar evitar a entrada da lama. “Quando começa a chover, o sentimento é de tristeza. A gente escuta o povo caindo na lama, carro fica atolado, os vizinhos têm que sair para ajudar”, falou Vanda.

Segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), a média nas últimas 24 horas foi de 24,89mm, com a máxima de 40,87mm no bairro Pajuçara.

O secretário adjunto de Conservação da Secretaria Municipal de Obras Públicas e Infraestrutura (Semov), Diogo Alexandre, relatou que “com as chuvas que caíram na madrugada e início da manhã, a equipe de manutenção de Lagoas da Semov iniciou o trabalho de vistoria nas lagoas que possuem bombeamento para acompanhar o regular funcionamento dos equipamentos e sanar qualquer falha existente. Paralelo a isso, a equipe de engenharia monitora os pontos de alagamentos e o funcionamento da rede de drenagem para estar atento a qualquer problema que possa acontecer durante a chuva”.