As primeiras horas deste ano também foram agitadas no principal hospital do Rio Grande do Norte. Com o alto número de acidentes e ocorrências policiais, a unidade ficou lotada e acabou utilizando macas de ambulâncias como leitos para pacientes. A equipe de reportagem da TRIBUNA DO NORTE chegou a presenciar seis ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) paradas em frente ao hospital à espera das macas na manhã de hoje.
Ao longo da manhã, algumas unidades conseguiram suas macas de volta e retornaram ao serviço nas ruas. Mas outras permaneceram no aguardo dos equipamentos por horas. Uma das equipes já contava duas horas de espera às 10h30. Segundo os profissionais do Samu, isso acontece porque o hospital não possui leitos para internar os pacientes. Por sua vez, as ambulâncias não podem socorrer ninguém sem um equipamento básico: as macas.
“Se o paciente não tem um problema grave, eles liberaram logo a maca. Dão um jeito de colocar o paciente numa cadeira de rodas ou outro jeito. Mas quando o paciente é grave, ele vai pra o centro cirúrgico, faz a cirurgia e depois volta para a maca”, contou um profissional que preferiu não se identificar.
O problema não é novo, todavia se agrava em dias como hoje. Um profissional do Samu relatou que uma ambulância chegou a passar 48 horas presa na frente do hospital, porque não havia como trabalhar. Isso significa que os plantonistas trocaram de plantão e ficaram de mãos abanando, no aguardo na frente do hospital. Algumas equipes levam para o hospital a maca reserva para que a principal seja liberada.
O Samu Natal possui 12 ambulâncias e o Samu Metropolitano, 15. Esse número inclui as unidades básicas e Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) móveis. Vale registrar que também havia um fluxo numeroso de ambulâncias de municípios do interior do Rio Grande do Norte. Um dos pacientes foi para o Hospital Walfredo Gurgel por conta de uma torção na mão.
Nossa equipe de reportagem tentou contato com a assessoria de imprensa do HWG, mas não obteve resposta. Também tentamos pedir esclarecimentos aos plantonistas do setor administrativo, mas ninguém quis falar.