‘Não acredito que estou viva’, diz passageira de ônibus de turismo
“Não acredito até agora que estou viva”, disse Daniela Bicalho, uma das passageiras que estava no ônibus de turismo que caiu em uma ribanceira com mais de 15 metros de altura. O acidente foi neste domingo (18), na BR-262, em Luz. Na ocaisão havia 54 pessoas no veículo, sendo duas delas o motorista e o auxiliar. Até agora, nove morreram e 45 ficaram feridos e foram levados para hospitais de cidades da região. A reportagem do G1conversou com alguns passageiros e eles relataram o que viveram no momento do acidente.
O veículo seguia de Caldas Novas (GO) para Belo Horizonte, quando o motorista perdeu o controle da direção, por volta das 18h, e capotou. Com o apoio do Corpo de Bombeiros e da Polícia Rodoviária Federal (PRF), todos os feridos foram encaminhados para hospitais da região. O trânsito no local chegou a ficar interditado nos dois lados da pista por cerca de cinco horas. E foram horas e horas de resgate, angústia e tristeza.
Daniela Bicalho estava com o marido, tios e primos. Segundo ela, foi uma viagem tranquila até o momento do acidente, que ocorreu logo após uma parada para o lanche, cerca de 20 minutos depois. Emocionada ela se lembrou de como foi o capotamento. “O ônibus fez uma manobra muito brusca e quando percebemos ele já estava caindo na ribanceira”, contou.
A passageira admitiu que não usava o cinto de segurança no momento exato da queda. “Eu havia acabado de tirar o cinto para poder me ajeitar na poltrona, quando caímos uns por cima dos outros. Tive sorte, pois fui parar em um buraco na escada que dá acesso à porta de saída. Quando acabou o capotamento me desesperei e comecei a gritar pelas pessoas que estavam comigo, meu marido respondeu e alguns outros parentes. Não tive resposta de outros, pois muitos estavam desmaiados, só ouvia gritos dos demais passageiros. Não consigo acreditar até agora em tudo isso que aconteceu”, lamentou.
O aposentado João Dias também estava no ônibus, ele teve ferimentos leves, mas perdeu a esposa com quem era casado há mais de 60 anos. “Paramos no restaurante, tomamos lanche, paradas normais. Depois disso andamos 20 minutos e logo senti o ônibus dançar na pista e balançar muito e vi que ia tombar”, lembrou.
Vanderli Guilherme de Jesus, que viajou com a mãe e uma amiga, disse que assim como a maioria dos passageiros, também usava o cinto. “Não tive nenhum ferimento, mas minha mãe e uma amiga tiveram, agora aguardo alta das duas. Mas uma coisa é certa, a maioria das pessoas usava o cinto”, afirmou.
Representantes da empresa Transjapa, responsável pelo ônibus, estiveram no local e apresentaram para a polícia toda a documentação do veículo, que está em dia e apto a fazer excursões. Na manhã desta segunda-feira (19), o advogado da empresa Jader Gomes informou que todo auxílio necessário às vítimas está sendo prestado.
“Já disponibilizamos serviço funerário, transporte para aqueles que tiveram condições de retornar para Belo Horizonte, hotelaria para parentes de feridos e qualquer outro apoio daremos mesmo após a perícia. Entendemos que foi uma fatalidade e sobre o uso do cinto de segurança, a empresa disponibiliza o item e estimula o uso, mas não há como sabermos se os passageiros estavam usando. Isso será apontado na perícia”, afirmou.
Descubra mais sobre Blog do Levany Júnior
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.
Comentários com Facebook