Do editor
Neste sábado, 4, véspera de eleição há uma semelhança eleitoral entre as candidaturas de Dilma Rousseff à reeleição e o deputado Henrique Alves ao governo do estado.
Ambos, somente ganharão o pleito com facilidade, se obtiverem a maioria absoluta (metade mais um dos votos válidos) no primeiro turno de amanhã, 5.
Indo para o segundo turno haverá riscos de derrota para Dilma e Henrique.
Tudo mudará e será uma nova eleição, com a agravante da tendência eleitoral demonstrada no primeiro turno.
Senão vejamos, com realismo.
A aliança de partidos e a agressiva política social do governo Dilma justificariam amplamente uma vitória expressiva no primeiro turno.
Seria normal a “massa” dos beneficiados com todo tipo de ajudas e “bolsas” racionar com a máxima: “com ela é certo continuar. Com outro (a) não há essa certeza”.
Até boa parte da classe média embarcaria nessa “onda”, em razão de ser também beneficiada com algumas “dádivas” do governo federal.
Se a vitória não vier no primeiro turno, o governo acenderá a luz vermelha.
Com certeza, alguma perigosa “bactéria política” terá atingido o governo Dilma, provocando aguda debilidade eleitoral.
Os números das pesquisas confiáveis mostram que a presidente estabilizou-se em torno de 40% da preferencia popular.
Dilma teria 47% dos votos, excluídos os votos brancos e nulos e dos eleitores que se declaram indecisos,
Não é suficiente para ganhar no primeiro turno.
Precisa de 50% mais um dos votos válidos.
Um fato que causa apreensão à Dilma no segundo turno é a rejeição ao seu nome, que atinge quase um terço do eleitorado.
Todavia, em contrapeso há um fator altamente favorável à Dilma.
Trata-se da aprovação do seu governo, que entre ótima, boa e regular, atinge o índice de 72%.
O número revela que o eleitor, mesmo não sendo dilmista, indiretamente teme “mudar para pior”.
O “tsunami” que poderá fulminar Dilma no segundo turno seriam revelações, que envolvam diretamente o seu nome na “delação premiada” do doleiro Youssef.
O doleiro promete dá detalhes, inclusive cópias de cheques, transferências de dinheiro etc…
Avalia-se que fatos novos levados ao conhecimento público, nas quase três semanas entre o primeiro e segundo turno, serão “decisivos” para à reeleição presidencial.
Se for Aécio o competidor de Dilma e inexistirem esses “fatos novos”, tudo será mais fácil à reeleição.
O eleitorado de Marina Silva não votaria por completo em Aécio, em função das origens petistas.
Se for Marina em disputa, Dilma terá mais dificuldades.
Mesmo com a notória queda de Marina, os antilulismo e antipetismo se unirão maciçamente para derrotar Dilma, embora a contra gosto.
Entretanto, há quem diga, que na hipótese de Marina no segundo turno, o PSDB raciocinaria que será melhor Dilma, pela previsão de que ela fará um governo desastroso, favorecendo a volta dos tucanos ao Palácio do Planalto, em 2018.
Pouco provável esse raciocínio.
Em política, ninguém adia o acesso ao poder, mesmo com as dúvidas existentes, em relação ao comportamento de Marina Silva.
No Rio Grande do Norte, a candidatura de Henrique Alves corre o mesmo risco da de Dilma: caso não ganhe no primeiro turno, as dificuldades se multiplicarão no segundo turno.
Observe-se.
Pela magnitude da aliança partidária, política e econômica de apoio à Henrique Alves, o seu percentual deveria estar próximo de 60 a 70 do eleitorado.
Nas maiores cidades do estado, o “arco de aliança” de Henrique e Vilma atraiu grupos locais antagônicos.
Tudo era admitido pelo “staff” liderado por Henrique, Vilma e José Agripino, menos a possibilidade de perder esta eleição de 2014.
Muitos “cérebros privilegiados”, tidos com agregadores, bolaram “estratégias”, que começaram mais de um ano antes da eleição.
Vilma de Faria foi “trabalhada” para colocá-la como imbatível na disputa do governo, ou do senado.
Uma pesquisa encomendada colocou essa falsa realidade na pré-campanha.
Mera ilusão de ótica, embora a candidatura de Vilma fosse realmente competitiva para o governo.
Para o senado, não.
O pré-final do processo eleitoral indica ela chegando à véspera da eleição com 15 pontos de desvantagem na disputa do senado, constatado por um instituto de pesquisa como o IBOPE,
Outros nomes que poderiam ter sido opções e alternativas na disputa majoritária (governo e senado) foram sumariamente isolados e “queimados”, inclusive dentro do seu próprio partido, como foi o caso do DEM-RN com a ex-governadora Rosalba Ciarlini e o editor deste “blog”.
Jocosamente, quem fazia algum tipo de ponderação em sentido contrário ao acordo em montagem, era humilhado e ridicularizado.
Os “proprietários da joia da coroa” diziam que tudo não passava de inveja, ou frustração por não ter sido convidado para o “banquete político” montado pelo DEM, PMDB, PSB, PSDB e outros partidos.
Na véspera da eleição, a conversa é bem diferente.
O “banquete” parece ter sido indigesto.
O povo reagiu.
Aqueles que se opuseram no DEM tinham razão.
Por exemplo: se Rosalba fosse candidata à reeleição, em companhia de um nome para o senado, existiriam reais possibilidades de vitória.
Rosalba teria usado o horário gratuito para desmontar, com fatos e provas, o “complô” que foi armado dolosamente contra ela.
Os seus próprios correligionários, todos eles encastelados no governo, omitiram para a opinião pública, que quando Rosalba assumiu o Governo no dia 1.º de janeiro de 2011 deparou-se com um “rombo” nas contas públicas de quase R$ 1 bilhão.
A gestão anterior de Vilma e Iberê para pagar os salários de dezembro de 2010 antecipou a receita do ICMS de janeiro de 2011, além de ter tomado dinheiro emprestado ao Judiciário para o governo Rosalba pagar.
O Estado estava inadimplente, impedido de contrair um centavo de real aos organismos financeiros.
O RN fora completamente desconfigurado.
O “complô” colocou sob a responsabilidade de Rosalba problemas que são de ordem nacional, tais como : a escalada da violência, o caos no sistema de saúde pública e na educação..
Afinal, o DEM-RN “cassou” Rosalba, negando-lhe o direito de defesa.
Fato consumado.
Hoje, véspera da eleição, embora tudo possa acontecer, poucos acreditam que Vilma se eleja.
A vaga do senado será de Fátima Bezerra.
Para o governo há profundas dúvidas, se haverá ou não segundo turno.
A votação do professor Robério Paulino do PSOL, junto à juventude e ambientes universitários, poderá chegar perto de 10%.
Tal índice garantiria o segundo turno.
Outra hipótese é a de que o próprio Robinson cresça entre os indecisos e surpreenda, ganhando no primeiro turno, ou levando a eleição para o segundo turno.
Entretanto, não se pode negar que se Henrique tiver realmente 50% dos válidos, como constatou o IBOPE, estará a um passo da vitória no primeiro turno.
Difícil (porém não impossível) será Henrique ultrapassar expressivamente o patamar em que se manteve até agora, no total dos votantes.
Indo para p segundo turno, Henrique correrá o mesmo risco de Dilma, com a possibilidade de novas denuncias contra ele, no escândalo de Petrobras.
Os delatores já disseram que os partidos beneficiados com o esquema eram PT, PMDB e PP.
A posição de liderança de Henrique no comando do PMDB o torna, em principio, vulnerável a essas denuncias.
Outro ponto será a dificuldade de Henrique não ter um senador em seu palanque.
Robinson teria Fátima, transmitindo a segurança do acesso ao governo federal, carreando benefícios para o RN.
Pelo visto há realmente muita semelhança entre as candidaturas de Dilma e Henrique nessa véspera de 5 de outubro.
Só resta aguardar para ver!
Post scriptum – Amanhã, 5, a análise final do “blog”, antes do primeiro turno.