Na abertura das oitavas de final, Brasil joga para manter escrita e Chile tenta fazer história
Três encontros em partidas eliminatórias e três vitórias tranquilas. O excelente retrospecto do Brasil diante do Chile em Copas do Mundo paira sobre o confronto que abre as oitavas de final do Mundial de 2014 neste sábado (28.06), a partir das 13h, no Mineirão, em Belo Horizonte. Para chegar ao estádio, os torcedores terão um esquema especial de transporte, com foco nos ônibus especiais, nas linhas regulares e no BRT Move.
Do lado brasileiro, o discurso é de que estatística não ganha jogo. Mas os chilenos usam os dados para se motivarem ainda mais e tentar quebrar o tabu justamente na casa de seu maior carrasco em Mundiais.
Em 1962, a Copa era no Chile e o Brasil foi o adversário da semifinal. Garrincha comandou os 4 x 2 rumo ao bicampeonato e os chilenos tiveram de se contentar com o terceiro lugar, sua melhor colocação na história das Copas. Em 1998, a geração de Marcelo Salas e Ivan Zamorano não foi páreo para o Brasil de Ronaldo: 4 x 1 nas oitavas de final. No último Mundial, em 2010, na África do Sul, novamente as duas seleções se enfrentaram nas oitavas. Dessa vez, o placar foi 3 x 0 para o Brasil.
Felipão não quis antecipar o time que vai entrar em campo, mas uma alteração deve ser feita no meio de campo. Fernandinho, que entrou no segundo tempo do jogo contra Camarões e marcou um gol, deve ganhar a vaga de Paulinho. O volante do Manchester City treinou como titular na quinta-feira e deve começar jogando pela primeira vez na Copa.
Também há a possiblidade da entrada de Maicon na lateral-direita, em substituição a Daniel Alves. No treino de quinta-feira, na Granja Comary, em Teresópolis (RJ), Felipão experimentou os dois, um em cada tempo do coletivo. Mas foi Daniel que começou a atividade entre os titulares. No treinamento desta sexta-feira, no Sesc Venda Nova, em Belo Horizonte, apenas os 30 minutos finais da atividade foram abertos à imprensa. Os jogadores apenas fizeram treino de dois toques e Neymar e Daniel Alves permaneceram em campo depois para cobranças de falta. O camisa 10 ainda ficou mais tempo para bater pênaltis.
A surpresa da atividade foi a ausência de David Luiz. O zagueiro sentiu dores nas costas e passou por exames em uma clínica de Belo Horizonte. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) não informou oficialmente os resultados, mas o companheiro de Thiago Silva na zaga titular da Seleção Brasileira passou a ser dúvida para o jogo.
Os problemas físicos também podem desfalcar o Chile. Gary Medel, que atua na zaga, se recupera de lesão e o técnico Sampaoli disse que só vai definir a escalação do jogador momentos antes da partida deste sábado. “Se o jogo fosse hoje, acredito que ele não jogaria”, disse o treinador nesta sexta.
Outro que não está 100% é o meio-campista Arturo Vidal, mas ele deve entrar em campo no sacrifício. “Acho que Arturo não está nem perto dos 100%, mas concordamos que ele faça parte por vários fatores: pela valentia, porque ele é um símbolo. Não sabemos o tempo que ele vai aguentar ou se está numa porcentagem alta de condicionamento físico, mas ele está fazendo tudo o possível para estar presente”, afirmou Sampaoli. O mais provável é que o técnico opte pelo esquema tático com três zagueiros, que teoricamente deixaria o time chileno mais protegido.
A preocupação recorrente da imprensa chilena em relação à arbitragem para a partida acabou irritando a CBF. Quando um repórter do Chile perguntou a Felipão se ele achava que o árbitro poderia beneficiar o Brasil no jogo, o assessor de comunicação da CBF, Rodrigo Paiva, interveio na entrevista coletiva desta sexta para fazer um comunicado.
“Esse tema é primitivo e imaturo. Esse tipo de pressão é ridícula. Falar isso não é só um desrespeito com a FIFA, com o árbitro, com a Seleção Brasileira, com as pessoas que trabalham aqui de forma séria, é um desrespeito sobretudo ao povo brasileiro. O Brasil não precisa de árbitro para ganhar títulos. É só isso que a CBF tem a dizer, não adianta insistir que não vamos mais falar sobre isso”, resumiu.
Também questionado a respeito, o técnico do Chile, Jorge Sampaoli, foi sucinto. “Nunca entrei nessa questão da arbitragem. Isso é algo que não me compete, me preocupo apenas com a minha parte. Estou preocupado com o Brasil, seu técnico e seus jogadores, apenas isso”, encerrou.
O árbitro da partida será o inglês Howard Webb, de 42 anos. Curiosamente, ele também apitou a partida entre as duas seleções na Copa do Mundo de 2010, quando o Brasil venceu o Chile por 3 x 0 na África do Sul. Os auxiliares de Webb serão os também ingleses Michael Mullarkey e Darren Cann.
Ficha técnica: Brasil x Chile
Data: 28/06/2014
Local: Mineirão, em Belo Horizonte
Horário: 17h
Arbitragem: Howard Webb (Inglaterra), auxiliado por Michael Mullarkey (Inglaterra) e Darren Cann (Inglaterra)
Brasil: Julio César; Daniel Alves (Maicon), Thiago Silva, David Luiz (Dante) e Marcelo; Luiz Gustavo, Fernandinho e Oscar; Neymar, Hulk e Fred
Técnico: Luiz Felipe Scolari
Chile: Bravo; Jara, Gary Medel (Albornoz) e Silva; Isla, Díaz, Aránguiz, Mena e Vidal; Vargas e Sanchéz
Técnico: Jorge Sampaoli
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