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Annelise Cochran disse que vai voltar para a casa de seus pais, no estado de Washington, para processar as perdas
Annelise Cochran disse que vai voltar para a casa de seus pais, no estado de Washington, para processar as perdas
PATRICK T. FALLON/AFP
Quando se viu cercada pelas chamas no calçadão de Lahaina, no Havaí, Annelise Cochran, uma experiente nadadora dedicada à preservação do oceano, não pensou duas vezes: pular no mar era sua única opção.
“Foi em questão de segundos, nem senti que tomava uma decisão, porque naquele momento não tinha escolha”, disse Cochran à AFP seis dias após ter sobrevivido ao violento incêndio que atingiu essa pequena cidade turística na costa oeste de Maui.
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A jovem de 30 anos, que trabalha para a ONG Pacific Whale Foundation, perdeu seu apartamento, seu carro, seu animal de estimação, vizinhos e amigos na tragédia que deixou mais de 110 mortos e mais de mil desaparecidos.
“Eu me sinto muito sortuda por ter essa conexão com o oceano, porque acho que ajudou a me manter segura naquela noite. O mar salvou minha vida”, disse.
Cochran conta que o dia 8 de agosto era como outro qualquer; no entanto, a agonia começou quando sentiram cheiro de queimado.
“Não havia fumaça. Pensamos que talvez fossem as cinzas vindas da montanha pelo incêndio daquela manhã”, disse a jovem do lado de fora do War Memorial Complex, em Kahului, onde está abrigada desde a tragédia.
Segundo a vice-governadora, Silvia Luke, os incêndios foram provocados pelas condições secas e os ventos fortes do furacão Dora, que está agora no sul do Havaí, longe de Maui, localizado ao norte. Milhões de pessoas sofreram com fenômenos meteorológicos extremos em todo o mundo nas últimas semanas, que foram exacerbados pelas mudanças climáticas
Incêndios florestais de rápida propagação reduziram a cinzas a cidade de Lahaina, no Maui. Os incêndios atingiram o condado havaiano com força, mas focos de fogo foram registrados em outras partes do Havaí
Até o fim da tarde desta sexta-feira (11), as autoridades contabilizavam 55 mortos na ilha de Maui por causa dos incêndios, que começaram na última terça (8) e seguem incessantes. As chamas queimaram o equivalente a 800 campos de futebol no condado e obrigaram milhares de pessoas a deixar suas casas
Os incêndios também forçaram milhares de pessoas a fugir das chamas pelo mar, o que foi testemunhado e relatado a um jornal local pelo general americano Kenneth Hara. Segundo ele, pelo menos 14 moradores da cidade de Lahaina foram resgatados no mar pela Guarda Costeira
‘Foi terrível’, afirmou Claire Ken, moradora de Lahaina, ao canal CNN. ‘Tenho certeza de que algumas pessoas não conseguiram escapar’, acrescentou
‘Ainda temos cadáveres na água, flutuando, e no quebra-mar’, disse Kekoa Lansford, outra moradora, à rede de notícias CBS. ‘Estamos tentando salvar vidas e sinto que não estamos recebendo a ajuda de que necessitamos’
Os sobreviventes da tragédia foram encaminhados aos hospitais do Havaí, o que sobrecarregou o sistema de saúde da ilha, em situação descrita como ‘dramática’ pela vice-governadora, Silvia Luke. Os pacientes apresentam queimaduras e problemas em decorrência da inalação de fumaça
Os helicópteros militares que ajudam os bombeiros utilizaram 570 mil litros de água na quarta-feira (9) para controlar os incêndios no Maui. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ordenou ‘que todos os recursos federais disponíveis’ fossem utilizados no combate às chamas
Ainda nesta sexta-feira (11), bombeiros lutavam contra os incêndios, que parecem não dar trégua. Equipes de busca e resgate acompanhadas de cães estavam a caminho para salvar mais possíveis vítimas. O governador do Havaí, Josh Green, afirmou esperar que o número de mortes aumente ‘muito significativamente’
As autoridades do Maui pediram a todos os visitantes que abandonassem a ilha o mais rápido possível e organizaram viagens de ônibus para transportar os turistas até o aeroporto de Kahului. No aeroporto, muitos turistas ficaram bloqueados depois que seus voos foram cancelados ou adiados
Segundo a vice-governadora, Silvia Luke, os incêndios foram provocados pelas condições secas e os ventos fortes do furacão Dora, que está agora no sul do Havaí, longe de Maui, localizado ao norte. Milhões de pessoas sofreram com fenômenos meteorológicos extremos em todo o mundo nas últimas semanas, que foram exacerbados pelas mudanças climáticas
Incêndios florestais de rápida propagação reduziram a cinzas a cidade de Lahaina, no Maui. Os incêndios atingiram o condado havaiano com força, mas focos de fogo foram registrados em outras partes do Havaí
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Incêndios florestais de rápida propagação reduziram a cinzas a cidade de Lahaina, no Maui. Os incêndios atingiram o condado havaiano com força, mas focos de fogo foram registrados em outras partes do Havaí
Até o fim da tarde desta sexta-feira (11), as autoridades contabilizavam 55 mortos na ilha de Maui por causa dos incêndios, que começaram na última terça (8) e seguem incessantes. As chamas queimaram o equivalente a 800 campos de futebol no condado e obrigaram milhares de pessoas a deixar suas casas
Os incêndios também forçaram milhares de pessoas a fugir das chamas pelo mar, o que foi testemunhado e relatado a um jornal local pelo general americano Kenneth Hara. Segundo ele, pelo menos 14 moradores da cidade de Lahaina foram resgatados no mar pela Guarda Costeira
‘Foi terrível’, afirmou Claire Ken, moradora de Lahaina, ao canal CNN. ‘Tenho certeza de que algumas pessoas não conseguiram escapar’, acrescentou
‘Ainda temos cadáveres na água, flutuando, e no quebra-mar’, disse Kekoa Lansford, outra moradora, à rede de notícias CBS. ‘Estamos tentando salvar vidas e sinto que não estamos recebendo a ajuda de que necessitamos’
Os sobreviventes da tragédia foram encaminhados aos hospitais do Havaí, o que sobrecarregou o sistema de saúde da ilha, em situação descrita como ‘dramática’ pela vice-governadora, Silvia Luke. Os pacientes apresentam queimaduras e problemas em decorrência da inalação de fumaça
Os helicópteros militares que ajudam os bombeiros utilizaram 570 mil litros de água na quarta-feira (9) para controlar os incêndios no Maui. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ordenou ‘que todos os recursos federais disponíveis’ fossem utilizados no combate às chamas
Ainda nesta sexta-feira (11), bombeiros lutavam contra os incêndios, que parecem não dar trégua. Equipes de busca e resgate acompanhadas de cães estavam a caminho para salvar mais possíveis vítimas. O governador do Havaí, Josh Green, afirmou esperar que o número de mortes aumente ‘muito significativamente’
As autoridades do Maui pediram a todos os visitantes que abandonassem a ilha o mais rápido possível e organizaram viagens de ônibus para transportar os turistas até o aeroporto de Kahului. No aeroporto, muitos turistas ficaram bloqueados depois que seus voos foram cancelados ou adiados
Segundo a vice-governadora, Silvia Luke, os incêndios foram provocados pelas condições secas e os ventos fortes do furacão Dora, que está agora no sul do Havaí, longe de Maui, localizado ao norte. Milhões de pessoas sofreram com fenômenos meteorológicos extremos em todo o mundo nas últimas semanas, que foram exacerbados pelas mudanças climáticas
Incêndios florestais de rápida propagação reduziram a cinzas a cidade de Lahaina, no Maui. Os incêndios atingiram o condado havaiano com força, mas focos de fogo foram registrados em outras partes do Havaí
JUSTIN SULLIVAN / GETTY IMAGES AMÉRICA DO NORTE / GETTY IMAGES VIA AFP – 11.08.2023
Sem alertas
Sem alertas nem ordens de evacuação, ela e seus vizinhos reagiram ao observar o céu escurecer com a fumaça.
“Vimos as chamas e entendemos que vinham em nossa direção.” Foi então que a nadadora correu para pegar sua bolsa, um álbum de fotos e seu pássaro (que morreu na fuga) e entrou em seu carro.
Estávamos completamente submersas, mantendo nosso rosto o mais baixo possível, a ponto de mal respirar na superfície.
ANNELISE COCHRAN
“Tudo estava escuro como carvão. Eu não conseguia ver mais do que 1 centímetro à frente do meu para-brisa”, complementa.
Mas a decisão de fugir de carro foi frustrada quando viu pessoas abandonando seus veículos próximo à Front Street e avistou outros automóveis explodindo.
Assustada, ela resolveu se jogar no mar com sua vizinha Edna para se proteger do fogo.
“Estávamos completamente submersas, mantendo nosso rosto o mais baixo possível, a ponto de mal respirar na superfície da água, porque o ar estava muito amargo”, disse.
As mulheres então se agarraram às pedras que margeiam o fim do calçadão de Lahaina e esperaram pelo resgate com cerca de outras 40 pessoas.
Aterrorizante
“Demorou cerca de oito horas até que pude soltar a parede de pedras e sair da Front Street […]. Eu diria que passei pelo menos cinco [horas] totalmente submersa até o pescoço tentando me proteger”, relata Cochran, mostrando também os cortes e as queimaduras que sofreu quando tentava se aquecer do frio do mar chegando perto das chamas.
Os sobreviventes foram finalmente resgatados por volta da meia-noite pelos bombeiros, que os levaram a um comércio próximo que resistiu ao incêndio. Posteriormente, eles foram transferidos para um abrigo.
“Foi aterrorizante e traumatizante”, diz a mulher, que planeja voltar para a casa de seus pais, em Washington, para processar o que viveu. Ela também afirma que a comunidade de Lahaina está “muito irritada” com as autoridades locais.
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Após quase oito anos morando na agora devastada cidade costeira de 12 mil habitantes, a jovem lamenta o ocorrido. “O que aconteceu, na minha opinião, beira a negligência […]. Só estou aqui porque me cuidei”, contestou.
“Pensar que perdemos nossa linda Lahaina e nossas memórias lá. Saber que não poderei andar pela Front Street novamente. É incompreensível. Mas me sinto abençoada pela vida e feliz por estar aqui. É o mais importante”, finaliza, em lágrimas.
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