Um relatório publicado pela ONU nesta terça-feira (21) alerta para o risco de uma crise global de escassez de água. De acordo com o documento, a escassez sazonal do recurso pode se tornar mais frequente na América do Sul e em outras partes do mundo.
A publicação foi feita um dia antes do início da Conferência da Água da ONU. Em entrevista coletiva, o editor-chefe do relatório, Richard Connor, afirmou que há incertezas diante de um cenário que aponta aumento de demanda e redução na disponibilidade de água.
“Se não resolvermos isso, definitivamente haverá uma crise global”, afirmou.
De acordo com o relatório, o uso da água tem aumentado 1% ao ano, nos últimos 40 anos, em âmbito global. A estimativa é que a taxa de crescimento continue neste patamar até 2050.
“A escassez de água está se tornando endêmica, como resultado do impacto local do estresse hídrico físico, juntamente com a aceleração e a disseminação da poluição da água doce”, cita o documento.
Dados do relatório obtidos em 2020 apontam que 2 bilhões de pessoas não possuem acesso a serviços de água potável gerenciados com segurança, o que representa 26% da população mundial. Enquanto isso, 3,6 bilhões de pessoas (46% da população) não têm acesso a saneamento.
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Impacto
Como resultado da poluição e do aumento do consumo, locais onde há abundância de recursos hídricos, como partes da América do Sul, a África Central e a Ásia Oriental, poderão observar temporadas mais longas de escassez de água.
Já em regiões onde a água já é escassa, como no Oriente Médio e na África, a tendência é de um cenário ainda pior nos próximos anos.
O relatório destaca que serão necessárias parcerias e cooperação para a água com o objetivo de evitar uma crise global.
“Há uma necessidade urgente de estabelecer mecanismos internacionais fortes para evitar que a crise global da água saia do controle”, disse Audrey Azoulay, diretora-geral da Unesco.
Segundo o relatório da ONU, o progresso das metas de 2030 para água e saneamento das Nações Unidas está fora de rumo.
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