Blog do Levany Júnior

Mossoró RN; Lula volta a chamar Aécio de ‘filhinho de papai’ e critica Fernando Henrique

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Foto: Guito Moreto / Agência O Globo

O ex-presidente Lula manteve o tom adotado pela campanha petista no segundo turno e fez uma série de ataques ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e ao candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves. Durante ato de campanha no no Calçadão de Alcântara, em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio, Lula voltou a chamar Aécio de “filhinho de papai”, afirmou que ele “nunca trabalhou” e disse que o governo tucano, durante a era FHC, não investiu em educação porque “não queria que pobre estudasse”.

Lula desfilou em carro aberto por cerca de meia hora no calçadão. Ao lado de diversos políticos do estado, como os prefeitos do Rio, Eduardo Paes, e de Niterói, Rodrigo Neves, e do senador Lindbergh Farias, o ex-presidente se queixou do calor e foi saudado pela população. A caminhada foi tumultuada, já que a rua principal do calçadão é estreita. Três cinegrafistas e uma senhora que acompanhava a passagem de Lula levaram um tombo em um momento em que a passagem ficou mais apertada. Ao final do desfile, Lula, de boné da Central Única dos Trabalhadores (CUT), discursou por meia hora, enumerou uma série de números favoráveis ao governo do PT e criticou adversários. Seguranças da CUT que formaram uma barreira ao lado do carro por todo o desfile dificultaram o acesso da imprensa à área próxima de onde Lula estava discursando. Houve empurra-empurra.

— Ele (Aécio) ficou incomodado porque eu disse que ele era filhinho de papai. Mas foi uma grosseria (chamar Dilma de leviana) típica de filhinho de papai. De gente que fala assim com empregada doméstica. Sou filho de mãe analfabeta e ela nunca deixaria que eu chamasse uma presidente de leviana. É um comportamento (o de Aécio) de alguém que nunca trabalhou, nunca precisou lutar pelo salário. O pai era deputado por Minas e ele trabalhava no Rio — afirmou, em referência ao fato de o candidato do PSDB ter sido funcionário do gabinete do pai na Câmara dos Deputados.

Lula também ironizou Aécio por seu comportamento contra Dilma.

— Será que se o Aécio tivesse que enfrentar um homem (na eleição), ele seria tão brabo assim? — questionou.

O ex-presidente Fernando Henrique também virou alvo:

— Quando ele (Fernando Henrique) fala que o voto da Dilma é de pessoa desinformada, é porque ele não conhece mais o Brasil. Não é o Brasil do tempo dele, em que as pessoas passavam fome. É esse país que eles querem. A elite brasileira não queria que pobre estudasse. Lugar de pobre não é ser pedreiro, é ser engenheiro. Isso que incomoda essa gente. O que eles não gostam é que nós aprendemos a andar de cabeça erguida.

Em outro momento do discurso, Lula criticou a revista “The Economist”, que defendeu o voto em Aécio:

— Esses dias uma revista chamada “The Economist” teve a pachorra, a desfaçatez de fazer uma matéria dizendo que tinha que votar no Aécio. Será que essa revista é imbecil? Se os banqueiros quiserem votar no Aécio, que votem, mas a Dilma é a candidata do povo.

No fim, Lula elogiou a luta de Dilma contra a ditadura militar e pediu a reeleição da presidente de “presente de aniversário”.

— Dia 27 (domingo da eleição), faço 69 anos. Aqueles que gostam de mim, me deem de presente a vitória — encerrou.

Antes de o ex-presidente Lula chegar ao calçadão, o sistema de som tocava o jingle de Dilma e transmitia um discurso gravado com críticas a Aécio Neves. A mensagem afirmava que o povo brasileiro não deixaria que as “conquistas dos últimos doze anos” fossem liquidadas por um “playboy almofadinha”. A mensagem acusava o candidato do PSDB de ser “inimigo do povo do Rio” por ter votado “contra os royalties do petróleo no estado”. A mensagem afirmava ainda que Aécio, no Senado, votou contra a política de aumento do salário mínimo e que planejaria “tirar direitos da CLT”. O discurso citava também a construção do aeroporto em Cláudio, no terreno que pertencia a um tio-avô do candidato do PSDB e afirmava que ele havia empregado parentes no governo, no período em que foi governador de Minas Gerais. Por fim, a mensagem ironizava a derrota de Aécio em Minas no primeiro turno: “Quem conhece Aécio não vota em Aécio”, afirmava o locutor.

O Globo

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