Antes de anunciar que vai deixar o STF (Supremo Tribunal Federal), há uma semana e um dia, Joaquim Barbosa foi alvo de graves ameaças públicas. A PF (Polícia Federal) está investigando Sérvolo Aimoré-Botocudo de Oliveira como autor das ameaças.
Sérvolo já foi ouvido pela Polícia Federal e continua na mira das investigações. Ele se retratou e abandonou sua conta do Twitter.
Petista, Sérvolo trabalhava na assessoria do vereador Fernando Lucena (PT-RN) e postou um comentário no microblog em 15 de novembro de 2013 em que incitava a violência contra Barbosa motivado pela rigidez com que o ministro teria conduzido o processo do mensalão.
“Contra Joaquim Barbosa toda violência é permitida, porque não se trata de um ser humano, mas de um monstro e de uma aberração moral das mais pavorosas”.
Em uma carta aberta no Facebook, Sérvolo admitiu ter exagerado no comentário, mas negou ameaça de morte.
“Fiz um desabafo e fiz considerações sobre as tratativas do propalado caso “mensalão” e alguns hipotéticos desdobramentos, é fato que o “post” foi muito infeliz, muitíssimo equivocado em sua forma, irascível, deselegante e, como percebo agora, desastroso. Mas no comentário não há, em momento algum, nenhuma ameaça de morte”.
Mesmo depois da retratação, Sérvolo continua como alvo da Polícia Federal que ainda não concluiu as investigações.
Proteção
O ministro Marco Aurélio Mello disse que ameaças devem ser investigadas pela polícia, mas não acredita que o problema tenha interferido na decisão de Barbosa se aposentar.
Mello considera os problemas de saúde, e não a ameaça, como motivadores da precoce aposentadoria e acha que se fosse por conta de ameaças, o ministro estaria mais protegido sendo presidente do Supremo.
“O problema de ameaça, se existe, deve se noticiar a prática à Polícia. Eu acredito que como titular [do STF], [Barbosa] estará mais garantido do que como cidadão comum. Porque o tribunal dá cobertura em termo de segurança”.
Fonte: R7