08/08/2014 19h02 – Atualizado em 08/08/2014 19h02
Marceneiro é preso e confessa ter matado cadeirante e cuidadora em SP
Ele diz que agiu de forma passional, já que estava envolvido com a cuidadora.
Polícia Civil não crê na versão: ‘Totalmente desproporcional’, diz delegado.
A Polícia Civil prendeu na tarde desta sexta-feira (8) o suspeito de matar a tiros a cadeirante Edir Cocenza de Oliveira, de 59 anos, e a cuidadora Vanessa Carla Costa Leme, de 35 anos, na tarde de segunda-feira (4), no bairro Quintino Facci II, em Ribeirão Preto (SP). O homem, um marceneiro de 29 anos, confessou o crime à polícia e disse que agiu de forma passional, justificando que tinha um relacionamento extraconjugal com a cuidadora.
No entanto, a polícia não acredita na versão apresentada pelo suspeito. Ele teve a prisão temporária decretada e foi encaminhado ao Centro de Detenção Provisória (CDP) de Ribeirão Preto.
Segundo o delegado Alexandre Dahur, que investiga o caso, as suspeitas sobre o marceneiro se dão desde o dia do crime. Ele já era conhecido da família da cadeirante, pois já havia prestado serviços de marcenaria na casa. “Ele disse a princípio que teria ido entregar um guarda-roupa naquela residência, mas conseguimos derrubar esse álibi porque os investigadores fizeram o caminho inverso com ele atrás de câmeras e acabaram desvendando que nem guarda-roupa existia. Ele não aparecia na marcenaria que ele trabalhava há mais de um mês”, afirma.
Durante a Copa do Mundo, o marceneiro chegou a ir até a residência para pegar o serviço do armário. “Ele ainda participou de um churrasco que estava acontecendo no local. Inclusive, ele recebeu dinheiro naquela ocasião para montar esse guarda-roupa que ele nem chegou a entregar”, diz o delegado.
O suspeito também disse à polícia que no dia do crime teria ido fazer uma entrega de cadeiras próximo à casa das vítimas, fato que também foi desmentido pelos investigadores. “Fomos ontem [quinta-feira] até o local onde ele disse ter feito outra entrega de móveis, mas as pessoas que moravam no imóvel negaram ter recebido ou encomendado qualquer tipo de mercadoria. Procuramos um homem que trabalha com frete, já que ele disse que essa pessoa teria feito o transporte dos móveis, e esse homem disse que havia conhecido o marceneiro ontem e que ele tentou influenciá-lo para dizer que fez o frete. O álibi foi todo desconstituído”, explica.
dentro de casa (Foto: Reprodução/EPTV)
Segundo a polícia, um exame residuográfico, no entanto, confirmou que o homem foi o autor dos disparos. O marceneiro acabou confessando o crime, e disse que agiu dessa forma porque mantinha um relacionamento amoroso com a cuidadora. Mas a história não convenceu a polícia. “A versão que ele apresentou foi descartada pelo marido da Vanessa. Ele dizia que eles se encontravam no Parque Tom Jobim, sempre por volta das 19h. A rotina da Vanessa, no entanto, era sempre muito clara para a família dela. O marido a pegava às 18h na casa da cadeirante e a levava para casa, onde ela cuidava dos seis filhos. Não teria como ela estar marcando encontros com o indiciado no local. Além disso, o parque é distante da casa dela, ela era obesa e não tinha acesso a veículo automotor”, explica Dahur.
O delegado afirma que o que dificulta a descoberta da real motivação do crime é a ausência de testemunhas. “Acabamos ficando com a versão que ele apresentou. Ele disse que resolveu matar a cuidadora após ela ameaçá-lo e dizer que faria um escândalo na casa dele. Mas ele não era casado. Totalmente desproporcional essa história que ele inventou. Já a cadeirante ele justificou que matou para que não houvesse testemunhas no crime”, diz.
A arma usada no crime não foi encontrada.