Ainda que os institutos de pesquisa vendam exatidão nas pesquisas veiculadas pela imprensa, o resultado real confrontado ao dos levantamentos – mesmo os feitos no dia do pleito – voltaram a mostrar distorções com a realidade. As críticas aos institutos de pesquisas se avolumaram após o primeiro turno das eleições, em especial depois da virada de Aécio Neves (PSDB) sobre Marina Silva (PSB) na sucessão presidencial. “Nós conseguimos captar a virada do Aécio sobre a Marina. Na quinta-feira [2 de outubro], dia do debate da Globo, Marina tinha 24% contra 19% de Aécio. Na sexta, pós debate e pós pesquisa, que pauta de alguma forma a informação do eleitor, Aécio já tinha vantagem de 27% a 24%”, explica Carlos Augusto Montenegro, presidente do Ibope.
Montenegro enfatiza que o eleitor “está decidindo cada vez mais em cima da hora” e os institutos não conseguem captar essa mudança. “Tenho que fechar até 14h, 15h a pesquisa boca de urna, para que a TV possa divulgar. Nós perdemos aí algumas horas para ter uma fotografia mais exata”, prossegue Montenegro. “Pesquisas avaliam o voto convicto, o não convicto (que é volúvel) e os indecisos”, disse à TV Folha o diretor do Instituto Datafolha, Mauro Paulino, na última segunda-feira (06). “Os não convictos podem mudar de voto [têm mais chance de mudar], são numerosos e vêm aumentando a cada eleição. É um comportamento crescente. É reflexo da maturidade política”, disse o diretor do Datafolha, acompanhando a tese de Carlos Montenegro.