O juiz Sérgio Moro retomou processo que estava parado há mais de um ano contra o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e familiares dele. Eles são acusados de atrapalhar as investigações das primeiras fases da Operação Lava Jato, em março de 2014. Os interrogatórios dos réus foram marcados para o dia 11 de maio.
Na ocasião, segundo o Ministério Público Federal (MPF), Paulo Roberto Costa ordenou aos familiares que fosse ao escritório da empresa Costa Global Consultoria, no Rio de Janeiro, e retirassem de lá documentos e dinheiro que “interessava à prova’ das infrações penais sob investigação, antes que no local se procedesse à busca pela Polícia”.
“A ida dos denunciados ficou registrada na câmera de segurança do prédio que demonstra que por diversas vezes eles subiram e desceram o elevador com sacolas cheias de documentos e dinheiro relacionados à prática dos crimes investigados”, aponta trecho da denúncia.
O processo havia tramitado até o fim da fase de instrução, quando são ouvidas as testemunhas de defesa e acusação. A ação foi suspensa, porém, em decorrência do acordo de colaboração celebrado entre Paulo Roberto Costa e a Procuradoria-Geral da República – ele foi o primeiro delator do esquema de corrupção na estatal. Na sequência, familiares do ex-diretor também fizeram acordos de delação.
Respondem ao processo os seguintes familiares de Paulo Roberto Costa: Ariana Azevedo Costa Bachmann e Shanni Azevedo Costa Bachmann, filhas; Marcio Lewcowicz e Humberto Sampaio de Mesquita, genros.
Eles são acusados pelo crime de organização criminosa, pelo entendimento de que as mesmas penas devem ser aplicadas a quem atrapalha as investigações de crimes que envolvem organizações criminosa.
Outra ação
Moro retomou outra ação penal que estava parada desde setembro de 2015, que acusa diversas pessoas de operar dinheiro do esquema de corrupção no exterior. São acusados Alberto Youssef, Leonardo Meirelles, Leandro Meirelles, João Procópio Junqueira, Matheus Oliveira dos Santos, e Rafael Ângulo Lopez.
A ação estava parada porque restava ser ouvida uma testemunha que reside no Reino Unido. Como o pedido de cooperação internacional não foi atendido até o momento, Moro optou por marcar os interrogatórios dos réus. Assim, Procópio, Lopez e Youssef devem ser ouvidos no dia 4 de maio. Já os irmãos Meirelles e Matheus Oliveira serão interrogados no dia 9 de maio.