O pai de Aylan Kurdi, a criança síria encontrada afogada na costa da Turquia, em uma tragédia que comoveu o mundo, está sendo acusado por sobreviventes do naufrágio de trabalhar junto aos traficantes de pessoas que fazem a travessia de refugiados no Mar Mediterrâneo. De acordo com testemunhas ouvidas pela agência Reuters, Abdullah Kurdi pilotava o precário barco que afundou tentando alcançar a Grécia. Na semana passada, ele disse que um turco pilotava o barco e se jogou ao mar antes do incidente.
Ahmed Hadi Jawwad e sua esposa, Zainab, iraquianos que disseram ter perdido a filha de 11 anos e o filho de 9 anos na travessia, disseram à Reuters que Abdullah Kurdi entrou em pânico e acelerou quando uma onda atingiu a embarcação.
À emissora de TV australiana Network Ten, nesta sexta-feira, Zainab contou que o pai de Aylan conduzia o barco em alta velocidade e desde o início da viagem. A iraquiana afirmou ainda que, ao negociar a viagem de sua família, teria recebido do intermediário garantia de que a travessia seria segura, já que o capitão estaria transportando sua própria família.
“A história que ele (pai de Aylan) contou não é verdadeira. Não sei o que levou ele a mentir, talvez medo”, disse Jawwad. Ele disse que seu contato com os traficantes se chamava Abu Hussein.
A Reuters informou que tentou diversas vezes falar com Abdullah Kurdi por telefone, mas não conseguiu contatá-lo. Abu Hussein também não pôde ser localizado. Ao portal britânico MailOnline, Abdullah Kurdi negou todas as acusações.
No dia 2 deste mês, o barco onde as duas famílias viajavam virou, matando 12 pessoas. Entre elas estavam Aylan, de 3 anos, seu irmão, Galip, 5, e a mãe deles, Rehan. Também se afogaram a menina Zainab, de 11 anos, e seu irmão Haidar, de 10, filhos de Jawwad e Zainab.
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