El País
Em um pequeno quarto do térreo de um convento, Carlos Alberto Libânio, de 71 anos, mais conhecido como Frei Betto, guarda exemplares de seus livros. Escreveu mais de 50. O último, uma conversa com Fidel Castro. Frade dominicano, estudioso, ativista, ex-ministro da primeira gestão de Luiz Inácio Lula da Silva, teórico da esquerda, mas também experiente em movimentos sociais, Frei Betto é uma espécie de consciência crítica do Partido dos Trabalhadores (PT). Conheceu Lula na juventude de ambos, quando dividiam quartos improvisados nos tempos da criação do partido e da quase clandestinidade. Agora, repreende Lula por não ter renunciado a um modo de vida luxuoso demais para ser um exemplo e o partido por não ter realizado tudo o que, na sua avaliação, se propunha nos seus primórdios. Ele, por sua vez, continua vivendo austeramente em um convento de São Paulo, alérgico a qualquer bem material, argumentando que o ambientalismo trará, por fim, essa esperada sociedade mais justa.
P. O senhor acredita que Lula vai voltar?
R. Não é que eu acredite. Eu tenho certeza. Lula só não será candidato se estiver morto ou se estiver preso. Eu o conheço bem.
P. Há quem pense que está desiludido desde a saída de Dilma…
R. Lula é um gênio da política. Agora que a Operação Lava-Jato dá as cartas da política brasileira, convém para ele não sobressair muito. Convém deixar Temer se desgastar.
Frei Betto: “Lula só não se candidatará em 2018 se estiver preso ou morto”
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