Por interino
Os tiros que mataram o fã que atacou a apresentadora Ana Hickmann, 35, foram dados em legítima defesa, segundo o delegado responsável pelo caso, Flávio Grossi, da Polícia Civil de Minas Gerais. Ele sustenta a tese com base nos relatos das testemunhas e técnicos da polícia que estiveram no local do crime.
No sábado (21), Rodrigo de Pádua, 30, rendeu o cunhado de Hickmann, Gustavo Belo, com um revólver calibre 38 e invadiu o quarto de hotel onde a apresentadora se hospedava em Belo Horizonte. Depois de uma luta corporal entre os dois, Pádua morreu com dois tiros na nuca.
“Pode parecer uma execução, mas tem um contexto. Houve uma luta corporal e, no contexto geral, não tenho dúvidas de que ele [Belo] estava se defendendo”, afirmou o delegado na tarde desta segunda (23).
“A não ser que chegue a perícia com algo extremamente diferente dos relatórios, o que eu acho difícil.”
A Polícia Civil iniciou um inquérito ainda no sábado para investigar o caso e pretende ouvir o irmão de Pádua, Helisson Pádua, e também a assessora e concunhada de Hickmann, Giovana Alves. Ela é mulher de Belo, também estava no quarto e levou dois tiros. A investigação tem prazo inicial de 30 dias para ser concluída, mas pode ser adiada.
Segundo Grossi, depois que Pádua atirou em Giovana, Belo teria se levantado e tentado imobilizar o agressor pelos pulsos. De acordo com o depoimento do cunhado de Hickmann, Pádua não tirou o dedo do gatilho e, após alguns minutos de resistência, aproximou o cano da arma para a nuca.
Nesse momento, Belo teria colocado o próprio dedo em cima do de Pádua e feito ele atirar na própria por duas vezes.
Um vídeo da câmera de segurança do hotel mostra Belo saindo do quarto por volta das 14h e chegando à recepção do hotel com a arma na mão, que foi entregue ao segurança do hotel –o profissional também será ouvido pela polícia.
A perícia da Polícia Civil ainda tenta identificar a origem do revólver, que está com a numeração raspada.
‘EU SOU UM SER HUMANO’
Rodrigo de Pádua se dizia fã da modelo e rendeu Belo no corredor para forçá-lo a entrar no quarto. Muito agitado e falando frases desconexas, ele obrigou os três a se virarem de costas.
Do lado de fora do recinto, o cabeleireiro Júlio Figueiredo gravou o áudio do momento antes de chamar a segurança. “Eu sou um ser humano, cretina”, gritou Pádua. “Eu tenho coração. Eu te falei um milhão de vezes.”
Pádua também gritou que não era assassino, e ao ser questionado porque estava com a arma na mão, respondeu: “Porque ela [Hickmann] é uma mentira. Uma filha da p…. Duvidou do amor que eu tinha, sua v….
Você acabou com minha vida, você não teve o mínimo de compaixão comigo, eu implorei pra ela um milhão de vezes”.
O enterro dele aconteceu nesta segunda-feira (23), em Juiz de Fora (MG). O sepultamento foi acompanhado por poucos parentes.
Folha Press
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