Mas Wober Júnior ponderou que buscar compor a fusão após a eleição de 2016 é muito pouco provável, porque dos pleitos municipais virão outros cenários. “Um outro quadro vêm depois da eleição de 2016. Agora (com a fusão descartada) cada partido vai tomar conta do seu destino”, completou. Wober Júnior disse que desde o início das discussões sobre a fusão esse era um desfecho que poderia ocorrer pelas tensões observadas no PSB. No cenário local, Wober Júnior disse que não havia qualquer impedimento para fusão por parte de ambos os partidos. “O entendimento era muito bom aqui. Não havia qualquer problema”, completou.
Esta semana, em entrevista a TRIBUNA DO NORTE, o vice-governador de São Paulo chegou a dizer que 80% dos integrantes dos dirigentes do PSB concordavam com a fusão. Ele chegou a dizer que a fusão era “inevitável”. Mas foi o próprio França que já telefonou para o presidente nacional do PPS, Roberto Freire, e admitiu as dificuldades. O congresso nacional do PSB, marcado para o dia 20 de junho, em Brasília, foi adiado.
NACIONAL
Diante da manutenção na Reforma Política das coligações em eleições proporcionais, da criação de uma cláusula de barreira “light” e da resistência do diretório pessebista de Pernambuco, a fusão entre PSB e PPS desacelerou e corre o risco de não se concretizar. Dirigentes do PSB se deram conta de que o processo de fusão não se daria com a facilidade prevista inicialmente. O diretório de Pernambuco, liderado pelo governador Paulo Câmara e pelo prefeito do Recife, Geraldo Júlio, questonou a unificação, mesmo sabendo que a proposta tinha sido aventada inicialmente pelo ex-governador Eduardo Campos, morto em um acidente aéreo no ano passado. “Estamos considerando as questões de Pernambuco. Há uma série de pendências para serem discutidas antes de dar o próximo passo”, declarou o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira.
Assim como Pernambuco, outros diretórios estaduais também demonstraram insatisfação com a proposta, como Maranhão, Bahia e Paraíba. A cúpula refez as contas e concluiu que não tinha 80% dos diretórios apoiando a fusão com o PPS. “Estamos buscando a unanimidade, então acho que vale a pena esperar mais um pouco”, disse o vice-governador de São Paulo, Márcio França.
No partido fala-se agora em aprovar uma resolução com o objetivo de garantir uma aliança obrigatória das duas legendas, em todas as cidades nas eleições do ano que vem, e uma atuação em bloco no Congresso Nacional. Enquanto tenta viabilizar a junção das siglas, o PSB deve fazer consulta ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre as regras para filiação e desfiliação para casos de fusão, uma das demandas do diretório pernambucano. O PSB quer ter certeza se, no entendimento dos ministros, só a saída de filiados será permitida e não a entrada de novos membros.
Os pessebistas afirmam que a pressa na fusão se dava em virtude da expectativa de fim das coligações proporcionais e do estabelecimento de uma cláusula de barreira mais rígida para os partidos. Com a Reforma Política votada na Câmara, eles acreditam que a fusão “perdeu a emergência”.