Jornal GGN – O nome do senador e candidato derrotado à Presidência da República, Aécio Neves (PSDB-MG), voltou a aparecer nas delações da Lava Jato. Desta vez, contudo, o lobista Fernando Moura recuperou o caso de Furnas e disse que a estatal era controlada pelo tucano, durante o governo do ex-presidente Lula, e que o esquema de corrupção se assemelhava ao instalado na Petrobras. “É um terço São Paulo, um terço nacional e um terço Aécio”, revelou ao juiz Sergio Moro.
A afirmação foi concedida nesta quarta-feira (03), durante novo depoimento prestado ao juiz da Lava Jato de Curitiba, após questionamentos do Ministério Público Federal. Moura citou uma reunião em 2002, onde selecionariam nomes para “cinco diretorias” de diversas estatais, com o objetivo, segundo o lobista, de alimentar o caixa de campanhas eleitorais futuras. “Foi conversado sobre Petrobras, Correio, Caixa Econômica Federal, Furnas, Banco do Brasil”, listou.
As indicações deveriam ser de nomes com 20 anos de carreira na empresa. Neste sentido, o lobista citou o nome de Dimas Toledo para a diretoria de Furnas e que, de imediato, o então ministro José Dirceu recebeu a indicação com ressalvas: “Dimas, não, porque se entrar em Furnas, se colocar ele de porteiro, ele vai mandar em Furnas, ele está lá há 34 anos, é uma indicação que sempre foi do Aécio”, teria dito Dirceu.
Após um mês e meio, explicou o lobista, Dirceu o questionou qual era a sua relação com Dimas Toledo. “Eu respondi que o achava competente, profissional. Então ele me respondeu: ‘Não, porque esse foi o único cargo que o Aécio pediu para o Lula. Então você vai lá conversar com o Dimas e diga para ele que vamos apoiar [a indicação de seu nome]'”, disse Moura.