Familiares do professor que arrastou embaixo do carro – por 13 quilômetros – o corpo de um homem atropelado no interior do Rio Grande do Norte, prometeram à polícia que ele vai se apresentar nesta segunda-feira (29) para prestar esclarecimentos sobre o acidente. Em contato com o G1, o delegado Delmontiê Falcão disse que o professor “está muito abalado, em estado de choque”.
“Os parentes que conversaram comigo disseram que ele não viu, que nem sabia que havia atropelado alguém. Ele disse que sentiu algo bater embaixo do carro durante o percurso, mas achou que era alguma peça solta, algum problema mecânico. E que não parou o veículo para ver o que era porque já estava muito tarde da noite e que ficou com medo de sofrer algum assalto”, explicou. “Os familiares se comprometeram a levá-lo à delegacia na segunda-feira, logo que ele tiver condições emocionais de contar o que aconteceu. Até lá, o carro dele vai permanecer apreendido”, acrescentou.
O acidente aconteceu por volta das 23h da sexta-feira (26) na RN-118, perto da comunidade de Bico de Pato, zona rural da cidade de Ipanguaçu, no Vale do Açu. De acordo com o major Assis Santos, comandante da Polícia Militar na região, dois irmãos estavam em uma bicicleta quando foram atingidos pelo carro do professor, um Fiesta. “Além de ter fugido, ele ainda arrastou um dos corpos até a cidade de Assu, que fica a 13 quilômetros do local do atropelamento”, afirmou. A outra vítima, que ficou na pista, foi socorrida ao hospital pelo Samu.
O irmão que foi socorrido chama-se José Salviano da Silva. “Ele teve uma fratura na perna e não corre risco de morte”, informou o major. Já o que morreu, foi identificado como Francisco Salviano da Silva, de 47 anos.
Ainda de acordo com o oficial, os parentes do professor ficaram apavorados quando perceberam o corpo sob o veículo e chamaram a polícia. “Fomos ao local, mas o professor não estava mais lá. O Instituto Técnico-Científico de Polícia (Itep) foi à residência e removeu o corpo para perícia em Natal“, explicou.