MACAÍBA RN-Rui Daher: Como um país vai de queridinho do planeta a uma estrutura podre?
Mesmo depois de um ano de pesada argumentação jornalística, acadêmica, política, jurídica, econômica, empresarial e, também, – louvado seja o Senhor – dos inadmissíveis narradores televisivos criminais, os leitores terão conseguido entender, com clareza, como um determinado país pode ser, durante quase 10 anos, o queridinho do planeta e, imediatamente, virar o ânus do mundo, inserido numa estrutura podre, decadente e sem futuro?
Não, não, se for para me acossarem com o tal Fla-Flu, caio fora. Isso vivemos desde 2003, num processo cansativo e inconcluso de culpabilidade e fulanização.
Apenas faço a pergunta. A quem entendeu, parabenizo.
Dois artigos memoráveis do professor Delfim Netto, publicados nesta CartaCapital, “O capitalismo não é uma coisa” e “O erro essencial”, poderão ajudar na reflexão.
Aos desavisados pode parecer mais do mesmo. Não é. O professor não procura verdades apenas em planilhas econométricas. Usa a história e a dialética:
“O homem é um animal terrivelmente complicado. Enquanto ele priorizar a sua liberdade de escolha; enquanto for, souber e sentir que é diferente do ‘outro’; enquanto nem mesmo a mais longa privação da sua liberdade for capaz de incorporar no seu DNA um comportamento comunitário instintivo (…), continuará a sê-lo”. E reconhece: “A história mostra que a tendência ao abuso e, com o tempo, ao abuso absoluto parece tão inevitável quanto o aumento da entropia no mundo físico”.
Alguém não concorda? E continua. Afirma que o tempo trouxe soluções que amenizaram os abusos:
“A ampliação da democracia que empodera crescentemente os cidadãos pelo sufrágio universal foi a forma ‘civilizada’ que os homens inventaram para substituir (…) a minoria bem organizada em períodos bem definidos com eleições secretas, livres e abertas”.
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