MACAÍBA RN-Fiern: decisão de manter juros é positiva, mas insuficiente


170226A decisão de manter a Taxa Básica de Juros (Selic) inalterada, tomada pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), é mais adequada do que uma opção pelo aumento, mas insuficiente para a retomada do crescimento. A avaliação é do presidente da Federação das Indústrias do RN (Fiern), Amaro Sales. Ele disse também, ao repercutir a decisão desta quarta-feira do Copom, que é essencial uma redução do custo do crédito no país.

Alex RégisPresidente da Fiern, Amaro Sales, cobra redução do custo do créditoPresidente da Fiern, Amaro Sales, cobra redução do custo do crédito

O presidente da Fiern reafirmou que as empresas precisam de incentivos para que seja possível uma nova fase de desenvolvimento econômico e, para isso, a redução dos juros é um dos aspectos fundamentais.

Ao comentar a decisão do Copom, Amaro Sales, destacou ainda medidas que considera  necessárias para o país voltar a crescer. “É preciso, primeiro, o combate à inflação, e, segundo, que os juros baixem”, disse. O presidente da Fiern lembrou que os financiamentos têm um custo elevado no país, o que significa um desestímulo aos investimentos.

“O governo federal tem possibilidade e ferramentas para incentivar o desenvolvimento,  mas não tem conseguido, porque está em meio a um imbróglio político”, comentou o presidente da Federação das Indústrias.

As declarações de Amaro Sales repercutiram a decisão de quarta-feira do Copom. O Comitê não mexeu nos juros básicos da economia. Por seis votos a dois, o manteve a taxa Selic em 14,25% ao ano. A decisão surpreendeu alguns analistas, que esperavam aumento de 0,5 ponto percentual.

A Confederação Nacional da Indústria  (CNI) também se posicionou, em uma nota, sobre a decisão do Copom e sobre a atual conjuntura econômica.  Para a CNI, a opção de não elevar a taxa básica de juros foi sensata, diante das cogitações anteriores que apontavam a chance de uma opção pelo aumento.

Para a CNI, diante da recessão da economia brasileira e das incertezas do cenário global, o Banco Central não poderia reajustar a Selic. A nota da Confederação também alerta para os riscos do descontrole inflacionário. “A indústria considera inaceitável a inflação de dois dígitos. Mas destaca que os aumentos recentes dos índices são resultado dos reajustes dos preços administrados, das expectativas negativas e da inércia inflacionária. Por isso, o uso da taxa de juros como único instrumento de controle da inflação é pouco efetivo e aprofunda a recessão”, ressalta o documento da CNI.

A Confederação afirma que a solução para a crise, o êxito no combate à inflação e o restabelecimento da confiança no país dependem da consolidação de um ajuste fiscal permanente, com mecanismos de controle efetivo dos gastos públicos, e de reformas que melhorem o ambiente de negócios e a produtividade das empresas. Entre as medidas inadiáveis, para a entidade, estão “a revisão da Previdência Social, a modernização das leis do trabalho, a redução da burocracia, a ampliação da infraestrutura e a simplificação dos tributos”.

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Levany Júnior

Levany Júnior é Advogado e diretor do Blog do Levany Júnior. Blog aborda notícias principalmente de todo estado do Rio Grande do Norte, grande Natal, Alto do Rodrigues, Pendências, Macau, Assú, Mossoró e todo interior do RN. E-mail: [email protected]

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