MACAÍBA RN-Era uma vez lá em Macaíba…
Muita gente diz que a própria vida daria um livro. O importante é saber como contar a história. O jornalista e escritor Osair Vasconcelos escolheu personagens reais da memória afetiva de sua cidade natal, Macaíba, e os transformou em pequenos contos de ficção em “As Pequenas Histórias” (Z Editora), que será lançado na próxima quinta-feira, dia 22, no Clube dos Radioamadores, Tirol. “Eu acredito que todas as histórias já foram contadas, são as mesmas sete ou oito de sempre. O que muda é a forma de contá-las”, afirma.
“A maioria das personagens do livro existiu, mas as histórias são fictícias, criadas a partir da personalidade dessas pessoas”, explica Osair. Segundo ele, as sete narrativas – propositalmente, o número da mentira – são reflexos de uma época em que personagens pitorescos eram fáceis de achar no cotidiano das cidades, principalmente nas pequenas. O jornalista conta que são pessoas de sua infância e adolescência, entre os anos 60 e 70. Para reavivar a memória, ele chegou a assuntar entre os mais antigos.
Alguns dos contos estão ligados à formação do autor. Caso de Zé Jipe, protagonista do texto que abre o livro. “O Zé era um engraxate, mestre de pastoril, que costumava ler o jornal do dia em voz alta para as pessoas, como se fosse um tipo de propaganda. Todo mundo em volta parava pra ouvi-lo. Ele foi um dos responsáveis por eu ter vontade de estudar jornalismo. Eu imaginava que escreveria os jornais para ele ler”, afirma. Outra figura marcante está em “O anjo negro”, o dono de uma bodega que, apesar de ter apenas algumas garrafas de cachaça pra vender, conseguia reunir todos os personagens interessantes da cidade em torno dele.
Osair ressalta que, de certa forma, “As Pequenas Histórias” é um prolongamento de “A cidade que ninguém inventou”, livro que ele lançou em 2010 como um relato de lembranças marcantes de sua Macaíba de meados do século passado. “Prefiro chamar livro de lembranças do que de memórias, que considero muito pretensioso. Mas aquelas pessoas já estavam de alguma forma no livro anterior, e agora eu pude dar outra dimensão a elas, criando novas histórias”, afirma. O primeiro livro, “Encontros passageiros com pessoas permanentes” (2008) era uma reunião de textos jornalísticos, entrevistas e crônicas, abordando pessoas de diferentes partes. Ler mais…
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