MACAÍBA RN-A crise se arrasta e agrava, por Walter Sorrentino
A crise se arrasta e agrava
por Walter Sorrentino
Há muita matéria comburente no ar e risco de qualquer faísca de um fio desencapado incendiar o ambiente. Refiro-me, para além da crise política interminável, à crise institucional que toma corpo.
O Judiciário foi invadido pelo ativismo político. O Ministério Público, a Lava Jato e a Polícia Federal, numa autonomização relativa de seu papel no Estado, enredaram-se na criminalização geral da política e partidarizaram a Justiça. Fazer justiça com vários pesos e várias medidas, seletivamente, é promessa de imprevisibilidade e de justiçamentos.
A Lava Jato promove um Estado policialesco quanto à política e aos políticos. Fazem do sistema político uma terra arrasada com o que se promove no país as tendências mais reacionárias e intolerantes.
Ao transformar a política num “caso de polícia”, a delação premiada, instrumento que poderia ser importante arma no combate à corrupção, vai sendo desvirtuada. Delações obtidas sob pressão, o que não tem outro nome senão tortura psicológica, e que muitas vezes são utilizadas como “provas” únicas para solicitar indiciamentos, faz com que delatores engrossem o relato de crimes – supostos, sugeridos ou inexistentes -, para aumentar o prêmio perante a Justiça e diminuir suas penas. A partir delas, o aparato policial-judicial se encarrega de vazamentos seletivos contra alvos políticos: seletivo quanto a quem será espancado na opinião pública, e seletivo porque cada nicho policial-judicial é fornecedor de determinados órgãos da mídia como servidores dedicados.
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