Jovem morre após se envolver em um acidente de trânsito com homens armados, na Zona Norte do Rio Leia mais: http://extra.globo.com/casos-de-policia/jovem-morre-apos-se-envolver-em-um-acidente-de-transito-com-homens-armados-na-zona-norte-do-rio-
A Divisão de Homicídios (DH) da Capital procura testemunhas e câmeras de segurança que possam ajudar na identificação dos responsáveis pela morte de João Pedro de Oliveira Ribeiro Junior, de 19 anos, na noite desta sexta-feira. O jovem foi assassinado em Costa Barros, na Zona Norte do Rio, após se envolver em um acidente de trânsito com homens armados da região. João seguia com o amigo Diego Santana, de 26 anos, para um culto na Igreja Sara Nossa Terra, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Os dois resolveram cortar caminho por Costa Barros.
— Estávamos fazendo um trabalho na Escola Municipal Senador João Lyra Tavares. Terminamos pelas 17h30, e eu falei para irmos por dentro, porque a Linha Vermelha e a Dutra iam estar paradas já que era sexta-feira. Falei para irmos por Costa Barros, Costa Filho, Pavuna, que chegaríamos na hora do Ensaio do Louvor, que estava marcado para as 20h — relembra Diego.
No caminho, os dois pararam num posto de gasolina em Madureira para abastecer o carro com gás e comer um xis-tudo.
— Ficamos um tempinho ali e seguimos. Chegamos em Costa Barros, na Estrada de Botafogo, acho, e estávamos rápido, a uns 80km/h, porque sabemos que ali é meio perigoso. Só que saiu um motoqueiro com um carona de uma das ruas da comunidade. Entraram com a moto na nossa frente, e o jovem que estava atrás apontou a arma e fez com a mão para que a gente parasse. O Junior viu e falou ‘para, para, para!’. Fomos diminuindo e indo atrás dele, devagar — conta Diego.
Nesse momento, o motoqueiro jogou a moto para a direita, próximo à roda do carona:
— Ele tentou fazer um movimento circular em volta do carro, só que calculou mal e bateu na lateral do meu carro. A gente estava muito devagar, mas a moto era grande e foi caindo. Os dois eram magros, jovens. Acho que não agüentaram o peso da moto.
Segundo Diego, neste momento, o carona disparou para dentro do carro.
— Eu não vi nada, só escutei o barulhão. Fiquei um pouco surdo, acelerei e fui embora. O carro começou a picotar, achei que tinha furado o motor, nem tinha visto o Juninho.
Foi somente quando fez uma curva e o corpo do amigo caiu sobre ele que Diego percebeu que o amigo estava ferido. Ele foi buscar socorro na Clínica da Família, na Pavuna, mas não conseguiram atendimento:
— A recepcionista disse que ali não tinha emergência, e eu falei que ele estava morrendo. Ela falou para eu ir para a UPA, que era perto. Mas era em Ricardo de Albuquerque. Saí para ir para a UPA, e mais a frente encontrei um policial, falei que tinham atirado na gente e ele só falou ‘ih, deu m…! Leva para o hospital’. Queria que o policial fosse comigo para me ajudar. Nunca tinha passado por aqui, então fui procurar uma autoridade.
O trajeto durou 40 minutos porque pegaram um engarrafamento e o carro apagou. João chegou morto na unidade. Diego acredita que o amigo morreu no momento dos tiros, já que foi alvejado em partes vitais, como peito e cabeça.
— O Diego ainda pediu ajuda de um carro da PM, mas negaram socorro. Sei que isso não traria meu filho de volta, mas é muito triste uma situação dessas — afirmou João Pedro de Oliveira Ribeiro, de 48 anos.
Parentes do jovem estiveram neste sábado no Instituto Médico Legal (IML) aguardando a liberação do corpo. Bastante emocionado, o pai de João lembrou que o filho frequentava a igreja desde que nasceu junto com a mãe e o irmão mais velho. Juninho, como também era chamado, trabalha em uma empresa de andaimes no Centro do Rio. A família morava em Deodoro, na Zona Oeste. O enterro está previsto para às 11h deste domingo, no Cemitério de Ricardo de Albuquerque.
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