Homem que morreu após sentir dores no peito era fotógrafo especialista em natureza Read more: http://oglobo.globo.com/rio/homem-que-morreu-apos-sentir-dores-no-peito-era-fotografo-especialista-em-natureza-
RIO — Foi identificado como Luiz Cláudio Marigo, de 63 anos, o homem que morreu na tarde desta segunda-feira, provavelmente vítima de infarto dentro de um ônibus em frente ao Instituto Nacional de Cardiologia (INC), na Rua das Laranjeiras, na Zona Sul. Marigo agonizou por cerca de uma hora diante da unidade de saúde — que está em greve e não tem atendimento de emergência. Nesse tempo, contaram testemunhas, passageiros buscaram socorro no hospital, mas nenhum médico do instituto o atendeu. O fotógrafo se notabilizou por trabalhos para a Revista Geográfica Universal, e para os álbuns do Chocolate Surpresa.
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A mulher de Luiz Cláudio, Cecília Marigo, contou que tinha passado em frente ao INC por volta das 12h50m, no momento em que o marido passara mal. Viu a confusão, mas não ligou. Como o fotógrafo não tinha celular, não conseguia contato. Até que filho do casal reconheceu o pai numa fotografia divulgada pelo site do GLOBO. Quando possivelmente sofreu o infarto, Luiz Cláudio voltava para casa, na Rua General Glicério, depois de uma corrida no Aterro do Flamengo.
— O hospital não estava querendo atendê-lo porque não tem emergência e estava em greve. Uma ambulância do Samu chegou lá e podia tê-lo salvado a tempo. Se tivesse sido atendido 20 minutos antes, talvez tivesse sido salvo — lamentou a viúva Cecília Marigo. — Ele nunca teve problemas cardíacos, foi uma surpresa.
Luiz Cláudio Marigo será sepultado nesta terça-feira, no cemitério São João Batista.
PASSAGEIROS TENTARAM SOCORRER A VÍTIMA
O motorista do ônibus, Amarildo Gomes, contou que Marigo havia embarcado no Largo do Machado, brincando com outros passageiros e conversando. Logo após, depois das 11h30m, ele passou mal, com fortes dores no peito. Como estava próximo ao Instituto de Cardiologia, Amarildo decidiu parar na porta do hospital. Segundo ele, passageiros desceram para pedir ajuda na unidade, mas ouviram que não havia emergência e, por isso, o homem não podia ser atendido.
— Achei aquilo um absurdo, um pouco caso com a vida humana. Podia ser qualquer um no lugar dele — lamentou Amarildo.
Os passageiros e o próprio motorista, então, chamaram o Samu. Nesse momento, uma outra ambulância, que seria de uma unidade municipal, chegou trazendo um paciente. O paramédico dessa ambulância que prestou os primeiros socorros ao homem, tirando a pulsação dele e fazendo uma massagem cardíaca. Aproximadamente 30 minutos depois de parar em frente ao hospital, conta Amarildo, a ambulância do Samu chegou. Antes de o homem morrer, os bombeiros ainda tentaram reanimá-lo por cerca de 40 minutos, mas sem sucesso, relatou o motorista.
— No total, passou cerca de uma hora entre nossa chegada e a morte do passageiro, sem que nenhum médico do hospital descesse — disse Amarildo.
Após a morte, a Polícia Militar não encontrou documento algum junto ao corpo. O homem carregava apenas uma bolsinha com chaves, moedas e R$ 42 em notas, e tinha um esparadrapo colado no braço esquerdo. Até a retirado do corpo do local, por volta das 15h30m, o homem ainda não tinha sido identificado, nem apareceram parentes dele no local. Diante da cena do homem morto em frente ao hospital, testemunhas mostraram revolta.
— Foi um absurdo que isso tenha acontecido na porta do hospital. Dá uma dor muito grande no coração por não terem feito nada — dizia a doméstica Rosimar de Deus Lima.
Em nota, o Instituto Nacional de Cardiologia informou que não houve tempo de prestar socorro ao homem que passou mal. Segundo a nota, a pessoa que o acompanhava disse que ele já apresentava dores fortes no peito quando o ônibus em que estavam parou em frente à unidade para pedir socorro.
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