Henrique elege segurança pública como maior desafio para o próximo governo do RN
Alex Viana e Ciro Marques
Repórteres de Polícia
É claro que, se pediu um debate mais em torno de propostas do que de política, é obvio que Henrique também falou na entrevista sobre o que pretende fazer se assumir o Governo do Estado em 2015. E a segurança pública, é para o peemedebista, o principal assunto que precisa ser remediado, trabalhando a curto e a longo prazos. “Acho que hoje é o grande drama do Rio Grande do Norte”, considerou.
“Nós temos operação de emergência nos primeiros seis meses, para o bandido saber: isso aqui mudou”, afirmou Henrique Alves, ressaltando que a longo prazo quer trabalhar com a integração das polícias Militar e Civil e também para o Corpo de Bombeiros Militar. “A segurança não é só do policial, é muito mais ampla. Tem fundamento nas questões das políticas sociais, das políticas públicas, no combate as drogas, na criminalidade, no tráfico. O maior vertente da criminalidade vem do tráfico de drogas”, analisou.
Henrique propõe, também, a formulação de parcerias público-privadas, as populares PPPs, para resolver o problema da falta de estrutura das delegacias e presídios do RN. “Faz-se uma PPP, o estado paga sua parte e controla, fiscaliza. Não tem outro caminho”, disse, acrescentando a proposta de programas integrados com o governo federal. Como exemplo, citou o estado de Alagoas que conseguiu reduziu em 30% a criminalidade no período de um ano.
“Os presídios hoje são uma escola de crime. Entra lá porque cometeu o crime primário e sai de lá um profissional”, analisou Henrique, ressaltando que, com as PPPs, o “Estado apenas paga a sua parte e a privada vai ter o rigor e capacidade de fiscalizar, controlar e dar, portanto, o zelo. Não tem outro caminho. Se for depender de recursos do RN, vai continuar”.
O discurso de união foi elevado a um patamar acima dos limites estaduais. O candidato defendeu a união dos governadores do Nordeste e a ampliação de parcerias com o governo federal como forma de garantir força política e econômica à região.
“Vamos brigar pela nossa região em outro patamar. O Nordeste tem, somados, 270 parlamentares. Se articularmos uma boa política, a gente para o parlamento e mobiliza o governo se não houver respeito ao nordeste brasileiro”, disse. E acrescentou: “A partir daí, o Nordeste passa a ter respeito. Passamos a discutir todas as políticas dentro do orçamento da União e o nosso esforço em nível de estado. Esse é o caminho”.
Na saúde, outro grande problema do RN, Henrique Alves quer resolver por meio de parcerias com os municípios. No caso da Educação, a intenção é trabalhar no caminho da erradicação do analfabetismo, adaptando o Plano Nacional da Educação para a realidade local.
Henrique Alves: “Eu prefiro agregar que desagregar; unir que desunir”
O discurso do presidente da Câmara Federal, Henrique Eduardo Alves, do PMDB, para a campanha pelo governo do Estado, está afiado. E uma prova disso foi a entrevista concedida a rádio 98 FM, na noite desta quinta-feira. Durante quase uma hora, Henrique falou de propostas, das conquistas e da experiência adquiridas como líder da Casa Legislativa de Brasília e, ainda, das críticas que vem recebendo dos adversários, de que lhe faltaria coerência por estar unido a Wilma de Faria, ex-governadora e ex-adversária política. “Prefiro agregar que desagregar. Eu prefiro um acordão que desacordão, unir que desunir”, justificou o peemedebista.
Segundo Henrique, o fato de, no passado, ele e Wilma já terem sido adversários, não vale como crítica. “Esse passado tem que passar, porque esse passado é de todos. Eu acho que o vice-governador Robinson, com todo respeito, devia estar aí em algum desses momentos (de eleições passadas). A deputada Fátima Bezerra também. Não é questão de coerência não, é questão de vitória do Rio Grande do Norte. Se nós continuarmos olhando pelo retrovisor, nós vamos continuar do jeito que está. Estou saindo da presidência da Câmara, onde poderia ser reeleito, poderia aspirar esse sonho de reeleição, para chegar aqui e ficar na mesmice, do mesmo radicalismo, de uma banda a favor, uma banda contra, uma banda que apoia e a que outra trabalha contra e o Estado não sai do canto”, afirmou Henrique.
Além disso, o candidato do PMDB também repetiu o discurso de arrependimento pelo radicalismo do passado e creditou à presidência da Câmara a mudança de espírito. “A presidência da Câmara me deu essa capacidade de olhar as coisas com mais serenidade. Eu já errei muito em muitos processos políticos pelo radicalismo que eu assumo. Eu assumo, que eu aprendi a não usá-lo mais. A intolerância e o radicalismo não passam mais na minha cabeça, no meu coração, nem na minha consciência. Acho que é a hora agora do RN somar as pessoas que querem buscar solução. Ficar discutindo no retrovisor ‘ah, fulano de tal foi contra ou foi a favor’, ‘porque Robinson é vice de Rosalba’, ‘porque Robinson foi presidente da Assembleia por oito anos’, ‘porque o outro foi não sei o que’, isso é história do passado”, afirmou Henrique.
Os comentários nesse sentido, vale lembrar, são resultantes das declarações dadas pelo principal adversário dele, Robinson Faria, candidato do PSD ao Governo do Estado. Robinson, em entrevista concedida nesta quarta-feira, também a rádio 98 FM, criticou a forma como foi montado o chamado “acordão” de Henrique, reunindo no mesmo palanque sete ex-governadores, que já foram adversários.
Entretanto, segundo o nome do PMDB ao Governo do Estado, as críticas feitas ao “acordão” são perda de tempo. O certo seria discutir propostas. “Ou as pessoas se unem e vão para um debate na televisão dizer o que vão fazer, porque é isso que o RN quer, que os políticos digam o que vão fazer. Todos, um dia, estiveram juntos, uns com os outros. Não tem quem possa dizer aí ‘que atire a primeira pedra’, porque não tem condição de atirar”, analisou.
Henrique, inclusive, lembrou que no período pré-eleitoral, tanto Robinson Faria, quanto Fátima Bezerra, nome do PT para o Senado e adversária da aliada dele, Wilma, se reuniram para discutir a possibilidade de aliança com o PMDB. “A primeira reunião que tive, natural, foi com o PT e eles disseram o que? Que só fariam aliança com quem estivesse na base da presidenta Dilma. Aí terminou o PT fazendo aliança com o PSB em Pernambuco e fazendo um senador”, relembrou.
CONTROLE EMOCIONAL
Segundo Henrique Alves, a ausência do radicalismo é fundamental para a disputa eleitoral. Afinal, o eleitor não quer ver disputas pessoais pela cadeira de governador do RN. “Quem pensar de que o radicalismo, a baixaria, que é bom falar mal do outro, porque ganha voto, acho que está fadado a um grande insucesso. Cidadão não quer sobre questões pessoais ou do passado, quer saber de 2015 em diante. Quer saber de mobilidade, segurança, educação precisa prosperar”, analisou.
“Se os seus líderes que querem governar o seu estado, não se mostram maduros, preparados, quero acreditar que será muito da qualidade, da competência e do convencimento. Por isso, que nós estamos cuidando, separamos o estado em nove questões temáticas suplementares”, acrescentou o candidato do PMDB.
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