GUAMARÉ RN-Turquia chama de volta embaixador no Vaticano
e pediu que a comunidade internacional reconhecesse o evento dessa forma. O ato deu origem a um racha diplomático com a Turquia num momento já delicado para as relações entre cristãos e muçulmanos.
O presidente da Armênia, Serge Sarkisian, que estava no Vaticano para marcar o centenário dos assassinatos em uma missa na Basílica de São Pedro, elogiou o Papa por “chamar as coisas pelos seus nomes”. Já a Turquia considerou que a declaração é “inaceitável”.
“O depoimento do Papa, que está longe da verdade histórica e legal, é inaceitável”, escreveu no Twitter o ministro de Relações Exteriores Mevlut Cavusoglu. “Postos religiosos não são espaço para alegações infundadas nem para agitação e ódio”, acrescentou.
O Papa Francisco, que tem laços próximos com a comunidade armênia desde seus dias na Argentina, defendeu seu pronunciamento dizendo que é seu dever honrar a memória de homens, mulheres, crianças, padres e bispos inocentes que foram assassinados “sem sentido”. “Ocultar ou negar o mal é como permitir que uma ferida continue sangrando sem fazer um curativo”, disse ele no início da missa de domingo.
A embaixada turca na Santa Sé cancelou uma coletiva de imprensa prevista para este domingo, provavelmente antecipando que o Papa usaria a palavra “genocídio”. O ministério de Relações Exteriores então convocou o enviado ao Vaticano e mais tarde anunciou que estava chamando o embaixador para consultas.
Historiadores estimam que em torno de 1,5 milhão de armênios tenham sido mortos por turcos otomanos durante o período da Primeira Guerra Mundial, um evento amplamente visto por estudiosos como o primeiro genocídio do século 20. Vários países europeus reconhecem que o massacre foi um genocídio, embora a Itália e os Estados Unidos evitem usar esse termo oficialmente, dada a importância que dão à Turquia como um aliado.
Associated Press
Estadão Conteúdo
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