Geograficamente, a Bacia Potiguar corresponde à plataforma continental da Nigéria, no litoral africano, de onde se separou há aproximadamente 200 milhões de anos. Na plataforma nigeriana já foram descobertas grandes reservas de petróleo leve e com baixo teor de enxofre. Essas jazidas petrolíferas se situam a grande profundidade – cerca de quatro quilômetros abaixo do nível do mar – e foram formadas ao longo da “rachadura”, resultante do processo que de ruptura que separou a atual América do Sul da África. Essa descoberta evidencia uma analogia entre as ocorrências de óleo na costa do nordeste brasileiro e no litoral oeste africano.
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O petróleo começou a ser explorado na Bacia Potiguar em Ubarana, em 1973; em Mossoró, em 1979, e no Canto do Amaro, em 1985. Segundo dados da Agencia Nacional de Petróleo, nela já foram descobertos “70 campos de óleo e gás, sendo 6 no mar e 64 em terra. Recente perfuração na porção terrestre constatou uma acumulação de óleo, indicando que a bacia ainda oferece boas oportunidades. A Bacia Potiguar, com uma produção diária de 110 mil boe, é atualmente a segunda região produtora do país” (www.anp.gov.br/brnd/round5/round5/potiguar.asp – Acesso em 28.04.2014).
O lado nobre
Na forma como é encontrado na natureza, o petróleo é um composto de hidrocarbonetos, com pequenas quantidades de nitrogênio, enxofre, oxigênio e outros elementos. O seu uso comercial dá-se com a transformação dessa mistura em combustíveis, lubrificantes, solventes e muitos outros produtos. Esse é o lado nobre da indústria petroleira. O refino do petróleo bruto e o craqueamento de alguns de seus componentes, produtos e/ou subprodutos exigem parques industriais complexos de maior ou menor porte, as Refinarias de Petróleo. Nas refinarias é que se efetua a transformação do petróleo bruto em nafta, gasolina, querosene, óleo combustível, óleos lubrificante, gás liquefeito, base asfáltica, parafina, enxofre, coque, benzina e outros derivados.
As refinarias de petróleo geralmente são grandes e complexas plantas industriais que usam tecnologia de ponta, cujas instalações de processamento podem ser consideradas como parques químico-industriais. Para alimentar o seu funcionamento contínuo, essas unidades exigem um parque (tancagem) com depósito de matéria-prima (petróleo), que por sua vez deve ser abastecido por oleodutos ou por navios tanques. Internamente, extensas redes de tubulação levam insumos entre as unidades de processamento, formadas por grades torres metálicas. Por sua vez, os produtos acabados exigem grandes tanques para guarda temporária. Em síntese, elas são a representação física da era das grandes indústrias.
Para economizar custos de transporte e de construção de oleodutos, as refinarias são preferencialmente instaladas perto das fontes de fornecimento de petróleo, sua matéria-prima básica, bem como em regiões que disponham de vias navegáveis (costas marítimas e margens de grandes rios) para escoamento de sua produção e que possuam fonte de energia para operar a usina.
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Esta reportagem é parte de uma série que o historiador Tomislav R. Femenick escreveu e que a TRIBUNA DO NORTE está publicando desde o dia 20 de abril. No primeiro texto, o historiador detalhou as origens dos estudos e da exploração de petróleo no Rio Grande do Norte. Também abordou os desafios existentes no início da atividade. No domingo seguinte, ele falou sobre os altos e baixos da indústria do petróleo potiguar. Abordou, entre outros pontos, o declínio da produção de petróleo, a repercussão disso no mercado, e as perspectivas trazidas com recente descoberta em águas profundas.