Alex Viana
Repórter de Política
Ex-ministro da Previdência, o senador Garibaldi Filho (PMDB) saúda a ida do ex-presidente da Câmara dos Deputados Henrique Eduardo Alves (PMDB) para o Ministério do Turismo. Ele ressalta a importância das parcerias e do diálogo constante com o setor privado como chaves de um bom trabalho. “É uma pasta que tem muito a se desenvolver e eu acredito que Henrique esteja atento para o que representa o nosso turismo, inclusive na balança comercial”, disse.
No tocante ao Rio Grande do Norte, Garibaldi espera que o novo ministro fomente um turismo voltado para outros atrativos além do sol e mar, mas o turismo religioso, o turismo de negócios. “Então, é isso que eu penso que ele deva fazer e acredito que vá fazer”, disse.
Nesta entrevista, Garibaldi aborda ainda a gestão do governador Robinson Faria (PSD), a provável aliança do PMDB com o governo Carlos Eduardo Alves (PDT) e as perspectivas de melhoras na governabilidade nacional com a ida de Michel Temer (PMDB) para a articulação política do governo Dilma Rousseff (PT). Confira:
JH – Como avalia a nomeação de Henrique para o Ministério do Turismo?
Garibaldi Filho – Eu acredito que a experiência que ele tem ao longo da vida pública dele é a maior referência para que tenhamos êxito na sua gestão à frente do ministério. Eu que já fui ministro também atribuo uma grande importância, principalmente num ministério como o dele, às chamadas parcerias. Porque o turismo tem realmente que ter um relacionamento muito estreito e forte com a iniciativa privada. É de se recomendar que tenhamos um diálogo constante para que o Brasil, o nosso país, possa realmente sair dessa margem que nos deixa não muito orgulhosos porque não atingimos ainda os dez milhões de turistas, enquanto que a Espanha recebe 65 milhões por ano e a França recebe mais ainda. Então, é uma pasta que tem muito a se desenvolver e eu acredito, sem querer ser repetitivo, que ele esteja muito voltado para isso é atento para o que representa o nosso turismo, inclusive na balança comercial.
JH – E no tocante ao RN?
GF – Com relação ao estado há que se pedir a ele que fomente um turismo voltado para outros atrativos além do sol e mar mas o turismo religioso, o turismo de negócios. Então, é isso que eu penso que ele deva fazer e acredito que vá fazer.
JH – Muito tem se falado acerca de união da classe política do RN. Que o senhor pensa a respeito?
GF – Eu creio que isso sempre aflora quando o estado ou país vive uma situação difícil como neste momento. Há necessidade de um engajamento total dos representantes do povo no sentido de que tenhamos o apoio do governo federal que nós sabemos está muito limitado pelas perspectivas atuais. Mas há que sempre se pedir que cada um faça sua parte e o governo precisa dar o exemplo do maior enxugamento da máquina e austeridade nos gastos porque no caso do nosso estado há uma grande apreensão pelo fato de estarmos nos valendo do fundo previdenciário que não nos dá garantia a longo prazo além de se constituir numa ameaça para pagamento de direitos dos aposentados no futuro.
JH – Uma nova bandeira o HUB da TAM pode unir a classe política do estado?
GF – É muito importante. O que o governo do Estado necessitar em termos de apoio da bancada terá total e integral.
JH – Já é possível uma avaliação do governo Robinson Faria?
GF – Nós ainda estamos na fase de que qualquer julgamento do governo é precipitado e a oposição não pode correr esse risco porque termina sendo penalizada por se constituir num julgamento a que atribuiriam um radicalismo.
JH – Em relação ao governo Carlos Eduardo Alves, alguma definição?
GF – Não sei ainda. Mas continuamos na expectativa, pelo menos da minha parte, que possamos caminhar para uma aliança político eleitoral com o prefeito. Mas é claro que não podemos despertar suscetibilidades e teremos, claro, que ouvir a todos aqueles que compõem o nosso diretório municipal e executiva.
JH – O PMDB vai indicar secretário?
GF – Vai depender dos entendimentos, se eles forem acelerados podem convergir para isso. Há quem defenda ainda a independência, o que não inibirá o apoio do nosso ministro do turismo ao turismo do município e do estado.
JH – Melhorou a articulação política do governo com Michel Temer?
GF – A entrada de Michel Temer na articulação política pelas suas inegáveis utilidades pode levar a uma maior coesão das forças que apoiam o governo e das bancadas que estão presentes no Congresso. Eu acredito que politicamente possamos ter essa realidade nova. Mas nunca podemos esquecer que temos que ter aí uma preocupação maior de que isso se reflita na conjuntura econômica. É imprescindível o apoio ao ajuste fiscal, se houver exceções que possam ser extirpados, mas nunca deixarmos de aprovar o ajuste.