No vale do Anhangabaú, onde se reúnem os manifestantes contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff em São Paulo, o clima já é de derrota. Nem os poucos votos favoráveis à presidente têm feito as pessoas reagirem com mais do que uma discreta comemoração. Na pequena área destinada às lideranças atrás do carro de som, alguns começam a ir embora.
A organização do evento, por volta das 19h45, já trabalhava com a hipótese de não realizar o show do músico Chico César. Diversas vezes a transmissão da votação na Câmara foi interrompida diversas para dar recados de caravanas que já se organizavam para deixar o local.
Em Brasília, após a conta de deputados que apoiam o impeachment passar de 100 votos, manifestantes governistas começaram a deixar a Esplanada dos Ministérios. A maioria, no entanto, ainda permanece no local.
“É muito previsível se o deputado vai votar ‘sim’ ou ‘não’. Se começa a falar em família, é ‘sim’”, diz Renata Agostinho, 44, que acompanha a votação em um bar com amigos contra o impeachment.
No cafezinho do Plenário, pouco antes das 19h, o clima entre os petistas já era de desânimo total. Parte deles já admite que a vitória é quase impossível.
No Rio, manifestantes pró-governo ainda têm esperanças. A Lapa segue cheia –sem estimativa de público. Sempre que algum deputado vota “não” a reação é de euforia. Quando votam “sim”, as vaias e xingamentos são grandes.
Folha Press
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