GUAMARÉ RN -Fernando Mineiro: “Carlos Eduardo Alves deixa muito a desejar. Eu faria diferente”
Alex Viana
Repórter de Política
Lembrado como pré-candidato a prefeito de Natal em 2016, o deputado estadual Fernando Mineiro (PT) disse ontem que a gestão do prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves (PDT), “deixa muito a desejar”, “em vários setores”, e que, “se fosse ele”, prefeito, o petista “faria diferente”. As declarações do parlamentar estadual reeleito foram dadas em entrevista ao “Jornal Verdade”, da Rede TV RN.
O PT apoiou a eleição de Carlos Eduardo na campanha passada, mas não participa oficialmente da gestão, em que pese quadros do partido terem se licenciado para comporem o secretariado municipal. Todavia, a ala do PT ligada a Mineiro se sente livre para criticar a gestão e o próprio Mineiro não faz questão de evitar críticas diretas ao atual governo municipal.
“Carlos Eduardo foi eleito pela população e teve o nosso apoio no segundo turno. Mas acho que a gestão deixa muito a desejar. É um governo muito fechado, que não conta com a participação das pessoas, não dialoga, se basta em si mesmo, e a população vai julgá-lo”, disse Mineiro, ao avaliar a administração do prefeito Carlos Eduardo Alves.
Para Mineiro, o governo Carlos Eduardo Alves “deveria contar com mais participação (popular)”. “O julgamento da população ocorre no momento eleitoral. O julgamento dele será em 2016″. “Não quero precipitar e adiantar. (Mas) é um governo que deixa muito a desejar. Em todas as áreas. Se fosse eu, faria diferente”, ressaltou.
MENOS
O nome de Mineiro entrou no rol das especulações eleitorais como candidato do PT a prefeito de Natal após ter sido citado pelo governador eleito do Rio Grande do Norte, Robinson Faria (PSD), no discurso da vitória, no domingo da eleição em segundo turno para o governo do Estado, 26 de outubro. Provocado sobre o tema, no entanto, Mineiro minimizou. “Eu até agradeço (a citação ao meu nome, feita por Robinson), e se vier a ser (candidato), quero ser dele (de Robinson) e de todos os natalenses”, afirmou ele, que disputou a última eleição em Natal, ficando em terceiro lugar.
Para o petista, está cedo para a discussão sobre 2016. “Esse não é o debate agora. Primeiro quero descansar e exercer o meu mandato, corrigindo erros e trabalhando de acordo com as expectativas. Esse debate será no momento correto. O PT vai discutir com os aliados. Acho que essa declaração de Robinson foi uma maneira de dizer que o desejo dele é que a aliança do PT com o PSD continue. Tem muita água para rolar”, frisou o petista.
CONTRIBUIÇÃO
Aliado de Robinson Faria, o deputado estadual reeleito Fernando Mineiro afirmou, ainda na entrevista, que o momento é de ser buscar contribuir com os governos de Robinson e da presidente Dilma Rousseff (PT). “Precisamos agora contribuir com o governo de Robinson e de Dilma. O mais fácil foi ganhar a eleição. Agora, temos que avançar nas transformações e iniciar um processo de gestão pública, fazer uma gestão de qualidade e inovadora no RN, como tem dito Robinson”.
“Robinson Faria chega livre ao governo; não é refém do PT, nem de ninguém”
Instado a se manifestar sobre se Robinson será refém do PT, Mineiro disse que o vice-governador chegou ao comando do Estado “de maneira muito livre”. “Robinson não é refém do PT, nem de ninguém. O Robinson, se analisar a história política do RN, é o governador que chegou ao governo de maneira muito livre, sem estar refém de ninguém. O PT sempre teve uma relação franca e aberta com ele. Não fizemos exigência, nem imposição. Mas apenas uma discussão política em torno dos apoios a Dilma e Fátima. Estamos quites em relação a isso e não temos dívida um com o outro. Temos uma parceria ressaltada por ele e por nós”, frisou, ressaltando que o método político de emparedar não faz parte do pensamento do PT. “Não trabalhamos com o pensamento de emparedamento. Tivemos uma relação de colaboração na campanha, e queremos ter no governo”.
Sobre a participação do PT na futura gestão estadual, Mineiro disse que “o tamanho disso vai ser definido pelo governador”. “Não tem nenhuma exigência. Robinson está muito tranquilo e livre para inovar na gestão do RN”. Segundo Mineiro, o PT vai participar do governo Robinson, mas onde e como será definido pelo governador eleito. “O PT vai participar do governo, mas quem vai definir o local vai ser o governador, debatendo com o PT”. O petista informou ainda que o assunto será discutido partidariamente. Sobre a presença dele na equipe de transição, disse que atendeu a convite, porém, é um trabalho que tem prazo para terminar. “Vamos ajudar a fazer um diagnóstico e apresentar sugestões iniciais”.
Quanto às primeiras ações da transição, o petista, que é biólogo e estudioso do orçamento estadual, disse que o objetivo da reunião é fazer um diagnóstico da situação. “Tivemos uma reunião para discutir a metodologia do trabalho, procedimentos e teremos outras reuniões. Até agora fizemos uma análise mais geral sobre o orçamento. Nossa expectativa é ter diagnóstico da situação que é pública e notória de dificuldades. Mas este é um fato que não amedrontou durante a campanha e não deve amedrontar depois. Somos governo para atender à demanda da sociedade”, disse.
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