Guamaré RN; Doleira canta “Amada amante” de Roberto Carlos, em audiência da CPI da Petrobras; Youssef volta a falar que Planalto sabia de esquema
A doleira Nelma Kodama é a primeira ser ouvida pelos deputados integrantes da CPI da Petrobras na manhã desta terça-feira em Curitiba. O depoimento começou por volta das 10h e algumas respostas de Nelma arrancaram risadas dos deputados. Conhecida por ter sido presa com 200 mil euros dentro na calcinha quando tentava fugir do país, Nelma desmentiu a história.
— Duzentos mil euros são dois pacotinhos, eles não estavam na calcinha, estavam no bolso detrás da calça — explicou a doleira após levantar o casaco, virar-se para os deputados e mostrar a bunda.
Nelma ainda disse que viveu como mulher do doleiro Alberto Youssef, considerado como peça principal do esquema da Lava Jato, durante nove anos. A doleira ainda cantou um trecho da música “Amada Amante” do Roberto Carlos.
— Depende do que o senhor entende como amante. Eu vivi maritalmente com Alberto Youssef do ano de 2000 a 2009. Amante é uma palavra que engloba tudo, né? Amante é ser amigo, é ser esposa, pode ser tudo. Tem uma música do Roberto Carlos — disse, começando em seguida a cantarolar a música.
A doleira foi repreendida pelo presidente da CPI, o deputado Hugo Motta (PMDB).
Além de Nelma, serão ouvidos na audiência desta terça-feira o operador René Luiz Pereira, os ex-deputados Luiz Argôlo (SD-BA), André Vargas (sem partido-PR) e Pedro Corrêa (PP-PE) e, por fim, o doleiro Carlos Habib Chater, dono do posto de gasolina em Brasília que deu nome à operação da Polícia Federal.
Todos estão presos e são investigados pela Operação Lava-Jato. No caso de Nelma Kodama, ela já foi condenada em um dos processos decorrentes da Lava Jato por evasão de divisas, por operar instituição financeira irregular, corrupção ativa e por pertencer a organização criminosa. Kodama foi presa no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, em março, tentando deixar o país com 200 mil euros na calcinha.
YOUSSEF VOLTA A OPINAR SOBRE PLANALTO
Em seu depoimento de segunda-feira, o doleiro Alberto Youssef voltou a afirmar, que o Planalto sabia do esquema de corrupção na Petrobras. Questionado pelos deputados se confirmava um depoimento anterior no qual citou nomes como o do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente Dilma Rousseff, ele confirmou. No entanto, negou que houvesse uma coordenação do Planalto no esquema. O depoimento de Youssef aos parlamentares da CPI durou cerca de quatro horas. Em seguida, foi a vez de Mário Goes, empresário acusado de ser um dos operadores do esquema, que leu uma carta alegando estar com a saúde debilitada e que exerceria seu direito constitucional de se manter em silêncio.
A situação gerou uma discussão entre os parlamentares. Mesmo com o presidente da CPI, deputado Hugo Motta (PMDB), sendo a favor de liberar o réu, a oitiva de Góes teve início por volta das 13h50m.
O ex-diretor da área de Internacional Nestor Cerveró e Mário Goes e Fernando Baiano, apontados como operadores do esquema na estatal, permaneceram calados. Os depoimentos acontecem no auditório do prédio da Justiça Federal na capital paranaense e estão abertos à imprensa. Os presos serão escoltados por policiais federais até as dependências do Judiciário.
As sessões foram marcadas com a anuência do juiz federal Sérgio Moro, que conduz os processos da Lava-Jato, na 13ª Vara Federal de Curitiba. Além do acesso aos presos, Moro também autorizou o compartilhamento com os parlamentares de provas obtidas durante as investigações da Polícia Federal e do Ministéiro Público Federal.
O Globo
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