Os dois brasileiros atingidos por tiros nos atentados em Paris na sexta-feira (13) ficaram na linha de frente dos atiradores, segundo relatos de pessoas que estavam no mesmo grupo que eles, no restaurante Le Petit Cambodge, um dos locais atacados.
O arquiteto Gabriel Sepe Camargo, 29 anos, e a estudante de psicologia Camila Issa, feridos a tiros, integravam um grupo de oito pessoas (sete brasileiros e um francês) que estava em uma mesa na calçada do restaurante, situado na esquina das ruas Bichat e Alibert, no 10° distrito de Paris.
De acordo com a posição em que estavam à mesa, ficaram bem de frente para quem vinha da rua Bichat, de onde surgiram os atiradores, de acordo com pessoas que estavam no local ouvidas pela BBC Brasil.
Eles acabaram se tornando o alvo principal dos atiradores, que segundo o relato de testemunhas seriam dois homens. Acabaram sendo atingidos pelo primeiro impacto dos tiros disparados e, involuntariamente, “protegeram” os demais membros do grupo, evitando que fossem feridos pelas balas.
Camargo foi baleado no pulmão direito e na perna. Ele foi operado e está fora de risco, segundo um médico ouvido pela BBC Brasil.
Camila teria levado vários tiros – alguns de raspão e um na mão. Ela também foi operada e passa bem. Gabriel e Camila seguem hospitalizados se recuperando dos ferimentos. Os pais de Gabriel e Camila chegam neste domingo a Paris.
O atentado na rua Bichat foi o primeiro da série de ataques cometidas em Paris, às 21h25 no horário local (19h25 em Brasília) de acordo com a cronologia divulgada pelos investigadores.
O primeiro ataque foi no bar Le Carillon e, logo em seguida, foi alvejado o restaurante Le Petit Cambodge, bem em frente ao bar. De acordo com autoridades, 14 pessoas morreram no local. Segundo investigadores, cerca de uma centena de cápsulas de balas foram encontradas nessa área.
Os dois estabelecimentos ficam em uma área bastante animada em Paris, próxima ao canal Saint-Martin, frequentada por parisienses e estrangeiros.
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