Do editor
O debate de ontem, 23, entre os candidatos ao governo do RN na TV Cabugi revelou a obstinação do candidato Robinson Faria, em enfrentar o desafio de ser uma opção contra o maior esquema político já montado no estado, e de outro lado, a certeza absoluta e total que o deputado Henrique Alves demonstrou, de que venceria a eleição, em razão dos apoios que conseguiu arregimentar.
Ficou claríssima a diferença de estratégia eleitoral entre Robinson e Henrique.
Henrique lidera um grupo de quase duas dezenas de partidos, montado para elegê-lo, juntamente com a ex-governadora Vilma de Faria ao senado.
Na montagem da campanha, Henrique e Vilma previam ganhar por “WO”, isto é, seria impossível resistir à tamanha articulação e cooptação de grupos e de pessoas.
Todos os ex-governadores vivos e seus pseudos liderados estavam compostos com Henrique e Vilma.
O empresariado deu sinais nítidos de apoio e participação direta nas articulações secretas para formação da chapa, com trabalho pessoal e dirigido para excluir possíveis adversários (no caso, Rosalba para o governo e o editor do blog para o senado) e assegurou aos líderes políticos da coligação a arregimentação dos recursos necessários à campanha.
A confiança era sem limites.
Não havia como dá errado!
Robinson, como afirmou no debate de ontem, 24, teve a classe política e segmentos sociais específicos contra o seu nome, desde o início.
Veto total.
A ordem era o desprezo e o isolamento dele e de quem se aproximasse.
No meio do caminho, Rosalba e o editor do blog, pré-candidatos ao governo e ao senado, foram atropelados pelo seu próprio partido (o DEM-RN) e sob a inspiração de Vilma, Henrique e aliados.
O senador José Agripino ao “cassar” os seus próprios correligionários prometeu “subir em pé de coqueiro” para pedir votos para Henrique, seu vice, Vilma e os seus suplentes.
Eram os “novos aliados” se reencontrando, tornando aparentemente inviáveis as chances eleitorais de quem se opusesse, relegados ao desprezo e ao isolamento, após longa vida pública no estado e no país.
Esse quadro foi desenhado indiretamente no debate de ontem, 23, entre Henrique e Robinson, através dos depoimentos de ambos.
Ao final do debate a impressão que fica é a de que o imbatível esquema montado por Henrique poderá falhar também para o governo e Robinson vai às urnas de domingo com chances concretas de vitória.
No debate em si não houve vencido, ou vencedor.
Ambos saíram com o capital que entraram nos estúdios da Tv Cabugi.
Só que Robinson entrou com o capital de um acentuado crescimento do seu nome no segundo turno e Henrique com o ônus da queda crescente.
Se ninguém ganhou ou perdeu o debate, a conclusão é de que Robinson continua à frente da disputa do segundo turno e assim poderá ganhar a eleição.
Se Robinson ganhar, o seu maior capital será não ter compromissos com a classe política e outros setores do estado, que lhe negaram apoio e solidariedade.
Poderá governar com independência e tomar decisões que realmente são absolutamente necessárias para o futuro de todos.
A falta de “compromissos” pré-eleitorais lhe permitirá esse comportamento.
Robinson eleito Governador, se quiser, terá como colocar na “geladeira” os ratos de governo, que tantos males já fizeram e farão ao Rio Grande do Norte, em busca de vantagens e benesses pessoais.
A confiança é de que Robinson não recue e aja dessa maneira.
Afinal, se chegar ao governo, a sua única dívida será com o povo independente e livre do RN.