Diego Hervani
Repórter
Uma grande operação da Polícia Civil, denominada “Mercenários”, realizada na manhã desta sexta-feira (26) e que contou com a participação de 50 policiais, dentre agentes e delegados, terminou com a prisão de sete pessoas suspeitas de integrarem uma quadrilha de roubo de carros e adulteração de documentos veiculares. Entre os detidos está uma funcionária e um ex-funcionário do Instituto Técnico-Científico da Polícia (Itep).
Os presos foram identificados como Anderson Luiz Almeida de Silva, conhecido como “Ganso”, Arikison Moisés, conhecido como “Cegonha”, Renata Costa Soares, Renato Luidi Soares, Magno Rodrigues Oliveira, Frankson Onildo Nobre e Genilson Souza Araújo. Segundo informações do delegado Atanásio Gomes, titular da Delegacia Especializada em Defesa da Propriedade de Veículos e Cargas (Deprov), Ganso e Cegonha eram os chefes da quadrilha. “Os dois encomendavam os carros para outros assaltantes. Eles indicavam os carros que queriam e pagavam para outros assaltantes roubarem. Com os carros em mãos, começavam o processo de “esquenta” dos documentos”, informou.
O “esquenta” que se refere o delegado é o processo no qual um documento original do veículo ou de uma pessoa é utilizado para gerar um outro falso, mas que facilmente é confundido por um original. “Eles faziam o que chamados de “espelho”. O produto final era basicamente o original, só que com o nome de outras pessoas. Assim, quem comprava o veículo dessa quadrilha, pensava que estava comprando um veículo totalmente regularizado. Mas na verdade estava comprando um veículo roubado e com documentação adulterada”, explicou Atanásio.
Na operação desta manhã, o único preso em flagrante foi Frankson. Na casa dele foram encontrados diversos equipamentos para a falsificação de documentos, inclusive uma máquina de cartão de crédito. Outros que tinham papeis importantes na quadrilha eram Renata Costa e Genilson Souza. A primeira é funcionária do Itep do shopping Via Direta e o segundo é ex-funcionário do mesmo órgão. “Como o Itep é um órgão que trabalha diretamente com questão de documentação, como os dois tinham acesso ao órgão, isso facilitava nesse processo de falsificação dos documentos”, frisou Adson Kepler, delegado geral da Polícia Civil.
Junto com os integrantes foram apreendidos quatro carros e uma moto. A Deprov pede para que as pessoas que compraram carros da quadrilha procurem a polícia para que seja feita uma vistoria no veículo. “É bem provável que quem comprou carro com a quadrilha esteja de posse de um veículo roubado. Eles procuravam diversos tipos de veículos. Eles miravam muitos veículos mais caros, mas também roubavam carros mais baratos”, disse Atanásio.
Fora o caso de Frankson, que foi preso em flagrante, os outros seis estão detidos por prisão temporária, que deve ser convertida em prisão preventiva. “Na preventiva eles ficam detidos até o final do julgamento. Com as provas que temos, a preventiva irá sair. Ainda estamos investigando e acreditamos que mais pessoas fazem parte dessa quadrilha”, finalizou Atanásio.