Uma família de Santa Catarina também visitava o espaço. De acordo com eles, o menino estava em uma área proibida (entre a grade de proteção e a grade das jaulas) e dava comida para o tigre e também para o leão, além de acariciá-los. Eles filmaram, pois acharam um absurdo a situação. Nas imagens o menino tira comida do bolso e fornece ao animal. O braço dele entra por completo entre as grades. Em outros momentos ele corre de um lado para o outro. O tigre se sente incomodado. A família resolve ir embora, pois também estavam com crianças, e não concordavam com a atitude.
Logo depois escutaram os gritos e retornaram. O professor de música Ricardo Espíndola foi quem auxiliou o pai a retirar o menino de perto da jaula. Eles deitam o menino no chão e aguardam pelo socorro médico. Segundo relatos, a todo momento a criança grita implorando pelo braço, pois já não o sentia. “Ele estava dando pedaços de alimento, carne e passando a mão, mexendo na pata, nós terminamos de ver os animais, íamos para casa, escutamos os gritos, eu falei, deu problema. Descemos e vimos o pai desesperado correndo com o menino com o braço pendurado, eu ajudei a tirá-lo de perto da grade e chamamos a ambulância”, relatou Ricardo.
“Ele conversava, mas estava em estado de choque, já falava coisas sem nexo, falava que iria morrer”. A noiva de Ricardo, Fernanda Aparecida Matias, disse que pensou que o pai trabalhava do zoológico por isso a intimidade da criança com os animais. “Ele disse que o menino gostava de bicho mesmo”. Ela continua, “o pai estava junto e o menino sempre com o braço para dentro da tela , tentando tratar, tirando coxinha de dentro do bolso, a gente achou “deve trabalhar aqui”, nós olhávamos mas ao mesmo tempo ficávamos revoltados porque ele mexia no bicho e o bicho não queria, estava irritado. Falamos quer saber vamos embora, porque o pai não fazia nada e assim que saímos escutamos os gritos e voltamos e o meu noivo ajudou a tirá-lo com o braço daquele jeito”.
De acordo com a bióloga do Zoo, Vanilce Oliveira, o tigre que atacou o menino chama-se Hu, tem 3 anos de idade incompletos e é um dos felinos mais dóceis do parque. Ele pesa cerca de 230 quilos e é acostumado com a visitação, mas acredita-se que a maneira com que houve a exposição gerou stress para o animal que acabou atacando o menino numa forma de espantá-lo. Outra questão levantada pela bióloga é que o animal estava bem tratado, por isso não atacou por fome. Ele foi colocado em uma área de manejo e ficará em observação. “A gente procura manter os guardas mais nesta área, eles foram fazer ronda no recinto dos macacos e neste momento o pai se aproveitou da ausência do guarda para fazer este ato. Vamos verificar com a supervisão o que realmente ocorreu e se for uma atitude errada do guarda, nós vamos tomar as medidas cabíveis”, explicou Lauri DallAgnol. Próximo ao recinto dos leões há uma guarita, onde segundo o chefe da Guarda Patrimonial, fica um dos guardas, que no momento estaria no recinto dos macacos. Ele relata que vai apurar se houve falha do servidor.