A mãe do menino de dois anos encontrado morto dentro de um sofá em Ibirité, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, foi condenada a 22 anos de prisão, em regime fechado, pelos crimes de homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver. A defesa apresentou recurso para que o julgamento seja anulado.
O júri foi realizado na Câmara Municipal, pois o fórum da cidade é pequeno. Marília Cristiane Gomes chegou pouco depois das 9h desta quarta-feira (9), escoltada por policiais. Ela não falou com a imprensa.
A mulher foi acusada de matar o filho Keven Gomes Sobral, de dois anos, e de esconder o corpo em um sofá, na casa vizinha, onde moravam os tios do menino. O crime foi em julho do ano passado. Primeiro os pais deram queixa pelo desaparecimento. Três dias depois, o corpo foi encontrado. Segundo a polícia, na época, Marília Gomes confessou o crime. A criança morreu ao ser jogada e bater a cabeça na parede.
Durante o interrogatório, Marília contou que bateu a cabeça de Keven acidentalmente. Ela disse que se irritou por que ele pegou um celular. A mulher afirmou que, depois de bater a cabeça do filho na parede, o menino ficou roxo e apresentou sangue no nariz e no ouvido. Ao perceber que Keven estava morto, Marília disse que ficou com medo da reação do marido e que decidiu esconder o corpo. Depois disso, ela inventou o desaparecimento do garoto
A defesa alegou insanidade mental. “Essa moça é uma pessoa que tem um sofrimento mental grave, não é de agora. Desde que tinha 14 anos. Agravou ainda mais”, afirmou o advogado de defesa Marco Antônio de Siqueira.
Já o promotor Luiz Felipe Cheib, responsável pela acusação, falou que a hipótese de a ré possuir problemas mentais já estaria superada. Segundo ele, um laudo da perícia da Polícia Civil atesta que ela é “absolutamente capaz” e que “tem plena consciência do ilícito que cometeu”.
“Policiais e agentes penitenciários que estiveram com ela nos últimos dias afirmam que ela tem plenas capacidades mentais. Acredito que ela tinha conhecimento da gravidade de seu ato, inclusive por ter tentado esconder o filho depois”, disse o promotor.
O advogado considerou a pena exagerada e entrou com recurso para que o julgamento seja anulado, pedindo a marcação de um novo júri. Marília Cristiane vai esperar a análise do recurso na Penitenciária Estevão Pinto, onde já estava detida.