Cinco dos seis sobreviventes da queda do avião no Campo de Marte, na Zona Norte de São Paulo, neste domingo (29), andavam em volta da aeronave quando o Helicóptero Águia da Polícia Militar pousou no local para prestar socorro, segundo informações dos bombeiros.
O piloto Antonio Traversi, que morreu no acidente, declarou emergência antes de cair. Vídeos registraram o acidente.
As vítimas foram inicialmente atendidas pelo médico da Polícia Militar. As equipes dos bombeiros chegaram logo em seguida.
“Quando ele [o médico da PM] chegou no local, as cinco primeiras vítimas estavam andando em volta da aeronave. Aí o procedimento foi fazer uma triagem: ele montou uma área de concentração de vítimas e foi fazendo a triagem para ver qual era a mais grave. Uma dessas ele considerou mais grave em razão dos ferimentos que tinha e ela já foi socorrida imediatamente por um dos nossos resgates”, explicou o capitão Leandro da Hora.
Mais cedo, um representante da empresa Videplast, proprietária do avião, disse que os seis sobreviventes do acidente passam bem e estão fora de perigo. De acordo com os últimos boletins médicos, o quadro de saúde das vítimas é estável.
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Veja quem são as vítimas:
- Antonio Traversi – era o piloto da aeronave e da Videplast há pelos menos 18 anos e tinha mais de cinco mil horas de voo. Segundo os bombeiros, ele morreu no acidente. O corpo dele foi liberado pelo IML na noite desta segunda (30) e será levado para Santa Catarina;
- Nereu Denardi – sócio da Videplast. Foi socorrido e levado ao Hospital do Mandaqui;
- Geraldo Denardi – sócio da Videplast e irmão de Nereu. Internado no Hospital Santa Isabel, passou por tomografia e, segundo a família, está consciente; assessoria do centro médico diz que ele está estável, sem previsão de alta hospitalar;
- Enzo – tem 17 anos e é filho de Nereu. Internado no Hospital Santa Isabel, passou por tomografia e, segundo a família, está consciente; assessoria do centro médico diz que ele está estável, sem previsão de alta hospitalar;
- Aguinaldo Nunes – coordenador da Videplast. Foi socorrido e levado para o Hospital São Camilo. Segundo o centro médico, estado de saúde é estável; ele não tem previsão de alta;
- Agnaldo Crippa – gerente da Videplast. Foi socorrido no Hospital San Paolo; segundo boletim divulgado pelo centro médico nesta segunda (30), ele foi vítima de politraumatismo secundário e “encontra-se na Unidade de Terapia Intensiva Adulto, sob ventilação mecânica invasiva devido à inflamação importante de vias aéreas por inalação de grande quantidade de fumaça tóxica, fato que prejudica a capacidade de oxigenação nos pulmões”.
- “Do ponto de vista neurológico, permanece estável, com pupilas reagentes sem sinais de sangramento cerebral, apresentando ferimento corto contuso na região do escalpo. Seu estado de saúde ainda requer cuidados intensivos e hoje ele será submetido a um exame invasivo de broncoscopia para avaliação complementar das vias aéreas”, diz o comunicado.
- Benê Souza – foi socorrido e levado para o Hospital das Clínicas; o estado de saúde dele é estável.
Em nota, a Videplast diz que os seis passageiros “estão hospitalizados e recebendo todos os cuidados médicos necessários”. O comunicado acrescenta que “a direção da empresa está envolvida em prestar o melhor atendimento para todas as famílias envolvidas.”
“As atividades da empresa seguem normalmente e maiores informações serão repassadas após investigações das autoridades competentes”, acrescenta a Videplast.
O aeroporto Campo de Marte abre às 6h, mas ficará fechado até as 19h desta segunda-feira (30), informou a Infraero. Segundo a estatal, o fechamento ocorre para facilitar o trabalho da perícia.
Acidente
O acidente ocorreu no início da noite deste domingo (29) no aeroporto Campo de Marte, na Zona Norte de São Paulo.
O avião de prefixo PP-SZN é um bimotor King Air C90, com capacidade para sete passageiros, que pertence à Videplast, empresa que fabrica embalagens plásticas com sede em Santa Catarina. Segundo a Anac, a aeronave foi fabricada em 2008 e estava em estado regular.
De acordo com a Infraero, a avião decolou por volta das 15h30 da cidade catarinense de Videira, com 5 passageiros e dois tripulantes. O acidente ocorreu durante o pouso na capital paulista, cerca de 3 horas após a partida.
As circunstâncias do acidente serão investigadas pelo Cenipa, órgão da Força Aérea Brasileira (FAB). Testemunhas no Campo de Marte disseram que o avião havia tentado pousar, mas o piloto não tinha certeza de que o trem de pouso estava baixado. Então, sobrevoou a pista para que a torre de controle confirmasse, visualmente, que o trem de pouso estava ativado. Depois, fez uma tentativa de pouso e arremeteu. O acidente teria ocorrido na terceira tentativa, por essa versão.
O incêndio provocado pela queda do avião foi controlado pela brigada do próprio Campo de Marte. Quatro vítimas sofreram traumatismo craniano, outra sofreu traumatismo abdominal. Uma das vítimas foi socorrida e levada para o Hospital das Clínicas pelo helicóptero Águia, da PM e as demais foram encaminhadas para hospitais da Zona Norte de São Paulo.
Em nota, a FAB disse que investigadores do Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa IV), órgão do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), realizam uma ação no local do acidente no Campo de Marte. Segundo a Força Aérea, “esse é o começo do processo de investigação e possui o objetivo de coletar dados: fotografar cenas, retirar partes da aeronave para análise, reunir documentos e ouvir relatos de pessoas que possam ter observado a sequência de eventos.”
Ainda segundo a nota, a investigação realizada pelo Cenipa tem o objetivo de prevenir que novos acidentes com as mesmas características ocorram.