FOTOS IMAGENS-Veja quem são as vítimas da chacina no bairro do Guamá, em Belém
Autoridades identificam todos os 11 mortos de chacina em Belém
Mosaico vítimas chacina de Belém — Foto: Reprodução/ TV Liberal
Onze pessoas foram mortas e uma ficou gravemente ferida após sete homens encapuzados dispararem contra os ocupantes de um bar na tarde do último domingo (19), no bairro do Guamá, em Belém. No local, acontecia uma festa.
As 11 vítimas foram reconhecidas. Entre os mortos, seis são mulheres e cinco são homens. Dessas, uma pessoa tinha passagem pela polícia.
Veja abaixo quem são as vítimas da chacina em Belém que já foram reconhecidas pelo IML.
Flávia da Silva, 32 anos
Flávia foi uma das vítimas da chacina do Guamá, em Belém — Foto: Arquivo pessoal
Mãe de quatro filhos, Flávia estava no bar no último domingo com amigas. Segundo a família, a vítima estava desempregada há seis meses e estava tentando voltar ao mercado de trabalho. Descrita como “uma pessoa atenciosa e que mantinha contato com a família”, Flávia já havia frequentado o local do crime outras vezes, mas nunca presenciou nenhum incidente.
Leandro Tavares, 21 anos
Dj é uma das vítimas de chacina que matou 11 em bar de Belém. — Foto: Reprodução / TV Liberal
Trabalhando como DJ há apenas alguns meses, Leandro já havia estado no bar antes do dia do crime para um show. Segundo um familiar da vítima, o rapaz teria dito que “não estava gostando do ambiente”. Familiares disseram que o rapaz não tinha envolvimento com crime e não era usuário de drogas. Leandro deixou dois filhos.
Márcio Rogério Assunção, de 37 anos
Mototaxista Márcio foi uma das vítimas da chacina no Guamá, em Belém — Foto: Reprodução/ TV Liberal
Mecânico de profissão, a vítima tinha recentemente começado a fazer trabalhos extras como mototaxista para completar a renda e cuidar dos dois filhos pequenos de cinco e sete anos. Márcio morreu ao chegar ao local para deixar uma passageira. De acordo com um familiar da vítima, os filhos do mototaxista ainda não sabem que o pai morreu. “Dissemos que ele estava no hospital. Ele tinha prometido dar um presentinho para a filha hoje e ela perguntou por ele”, contou uma familiar de Márcio.
Paulo Henrique Ferreira, de 24 anos
Garçom, o jovem era funcionário do bar há apenas três meses. Segundo a família, o rapaz era “companheiro e prestativo”. De acordo com parentes, o jovem conhecia poucas pessoas no bar, apenas as que participavam do dia a dia de trabalho. Além disso, o jovem não tinha passagens pela polícia.
Sérgio Oliveira, de 31 anos
Casado e pai de cinco filhos, um deles ainda recém-nascido, Sérgio trabalhava como pedreiro. Segundo familiares e amigos, a vítima era “uma pessoa tranquila e brincalhona”. Segundo parentes, a tarde do dia 19 foi a primeira vez que Sérgio teria ido ao bar. De acordo com colegas que presenciaram o crime, o rapaz estava alcoolizado no momento da invasão do bar e estaria dormindo em uma cadeira. No instante em que os criminosos entraram, um dos amigos tentou acordar Sérgio, mas não conseguiu. Sérgio morreu com um tiro na cabeça.
Tereza Raquel Franco, 33 anos
Tereza Raquel foi uma das vítimas da chacina do Guamá, em Belém — Foto: Reprodução/ TV Liberal
Vinda do interior do estado ainda criança com a irmã, Tereza era autônoma e tinha uma filha. Segundo familiares da vítima, Tereza trabalhou anos como empregada doméstica até conseguir juntar dinheiro e abrir um negócio de revenda de produtos de beleza. A família também afirma que Tereza não costumava ir ao bar, pois tinha medo da insegurança do bairro. No momento do crime, ela estava acompanhada de uma vizinha, que sobreviveu.
A equipe do G1 entrou em contato com familiares de Samira Tavares Meire Helen Fonseca, Samara Silva Maciel e Alex Rubens Roque Silva, mas não conseguiu contato. A família da dona do bar, Maria Ivanilza Monteiro, disse que não irá falar sobre o caso.
Chacina em Belém – Local: crime ocorreu em bar no Guamá, bairro da periferia de Belém. — Foto: Arte: G1
Investigação
11 pessoas morrem em chacina no bairro do Guamá em Belém
Após o crime, a Divisão de Homicídios da Polícia Civil informou que está investigando o caso e realiza buscas aos criminosos. Ninguém foi preso até o início da noite desta segunda-feira (20). Até o momento, 23 pessoas foram ouvidas.
A Polícia trabalha com a hipótese de que o local do crime tenha relação com o tráfico de drogas. Porém, a polícia não descarta outras hipóteses para o incidente, já que na semana passada três policiais militares foram assassinados em Belém.
Uma reunião da cúpula de segurança do Estado foi convocada pelo governador Helder Barbalho para tratar de medidas emergenciais depois da chacina. Em um vídeo publicado nas redes sociais, o governador diz que as ações de segurança pública não vão enfraquecer.
“Nós não vamos recuar. Se esta iniciativa, se esse sinistro ocorrido no bairro do Guamá é para intimidar as ações de segurança do Governo esqueçam, porque nós vamos continuar firmes e trabalhando para garantir o direito da população a ter paz e segurança com qualidade”, disse Helder.
A Polícia Civil já tem informações sobre os armamentos usados pelos criminosos durante a ação. Ainda não se sabe qual seria a motivação do crime, mas a polícia não descarta nenhuma linha de investigação. De acordo com a Segup, o policiamento com a presença da Força Nacional será reforçado no bairro do Guamá.
O Secretário de Segurança Pública, Uálame Machado, falou sobre uma possível relação dos crimes com milícias. “O inquérito foi instaurado ainda no domingo, ainda é recente para dar uma resposta final. A delegacia de homicídios é responsável pela investigação e várias linhas são investigadas todas elas com profundidade”, revela
O secretário disse ainda, que a Polícia Militar também instaurou um procedimento interno para apurar se houve envolvimento de policiais no caso. A Segup também investiga se houve a participação de presos na ação criminosa.
Bairro recebeu Força Nacional
O Guamá é o bairro mais populoso de Belém e um dos sete da região metropolitana da capital paraense que receberam, em março, a Força Nacional, devido aos elevados níveis de criminalidade. Ao todo, 274 agentes fazem o patrulhamento nesses locais, batizados de territórios de pacificação pelo governo estadual. Segundo a gestão Helder Barbalho (MDB), houve queda no número de mortes no primeiro mês de atuação
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