Blog do Levany Júnior

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05/07/2016 14h56 – Atualizado em 05/07/2016 16h18

‘Quero contribuir com a Justiça e não mais com Bruno’, diz irmão do goleiro

Rodrigo Fernandes diz saber onde está o corpo de Eliza Samudio.
Para dar a informação, ele pede para ser protegido como testemunha.

Ellyo Teixeira e Fernando BritoDo G1 PI

Rodrigo Fernandes das Dores de Sousa, irmão do ex-goleiro Bruno (Foto: Ellyo Teixeira/G1)

O irmão do goleiro Bruno, Rodrigo Fernandes das Dores de Sousa, disse em entrevista ao G1 que sabe onde está o corpo de Eliza Samudio. Mas, para dar a informação, Rodrigo pede para ser inserido no programa de proteção à testemunha, já que ele teme represálias de criminosos envolvidos.

Rodrigo está preso na Casa de Detenção Provisória de Altos, interior do Piauí, e é investigado pelo crime de estupro. O G1 entrevistou o preso na manhã desta terça-feira (5).

“No início, ajudei muito o Bruno a se livrar da Justiça, mesmo ele sendo um cara muito polêmico. Mas, por ele não ter feito nada pela nossa família, eu agora estou disposto a contribuir com a Justiça e não mais com o Bruno. Não quero mais ser tapete dele. Já me meti em muita confusão para poder livrar ele na época em que ele era goleiro”, disse.

Irmão do goleiro está preso na Penitenciária de
Altos (Foto: Ellyo Teixeira/G1)

O caso voltou a ter um novo capítulo depois que a Polícia Civil do Rio de Janeiro pediu apoio à Polícia Interestadual do Piauí (Polinter) para que ouvisse o depoimento de pessoas que estão no estado e que possam ter informações importantes para esclarecer o desaparecimento de Eliza Samúdio.

Uma dessas pessoas que foram ouvidas foi o irmão do ex-goleiro Bruno. Em depoimento, ele afirmou saber onde estão os restos mortais da modelo, desaparecida desde junho de 2010.

Além dele, outras três pessoas foram ouvidas no Piauí sobre o caso. De acordo com o delegado geral da Polícia Civil do Piauí, Riedel Batista, as informações solicitadas já foram encaminhadas aos estados onde o crime é investigado e correm em segredo de Justiça.

“Temo pela minha vida e da minha família, mas estou disposto a contar tudo o que sei. Eu posso garantir que ela está morta. Não posso adiantar a informação de onde estão os restos mortais porque depois não teria mais argumentos para resguardar minha vida”, contou o irmão do goleiro.

Temo pela minha vida e da minha família, mas estou disposto a contar tudo o que sei. Eu posso garantir que ela esta morta”
Rodrigo Fernandes, irmão do ex-goleiro Bruno

O medo de revelar informações, segundo ele, se deve ao fato de facções criminosas do Rio de Janeiro e do Maranhão estarem envolvidas no caso.

“Se eu citar nomes, vou me complicar, então só faço as revelações quando me inserirem no programa de proteção a testemunhas. Eliza está morta. Sei disso porque ela era uma pessoa ligada aos pais e jamais passaria tanto tempo desaparecida e longe da família. Ela está morta”, garantiu.

O irmão de Bruno cumpre pena no Presídio de Altos desde 2015 e responde por quatro processos por estupro. Ele já havia sido preso em 2010, também por suspeita de abuso sexual e ameaça.

Caso Eliza Samudio
Eliza desapareceu em 2010 e seu corpo nunca foi encontrado. Ela tinha 25 anos e era mãe do filho recém-nascido do goleiro Bruno, de quem foi amante. Na época, o jogador era titular do Flamengo e não reconhecia a paternidade.

Em março de 2013, Bruno foi considerado culpado pelo homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado da jovem. Ele foi sentenciado a 22 anos e três meses de prisão pela morte e ocultação do cadáver de Eliza, além do sequestro do filho da jovem.

A ex-mulher do atleta, Dayanne Rodrigues, foi julgada na mesma ocasião, mas foi inocentada pelo conselho de sentença. Macarrão e Fernanda Gomes de Castro, ex-namorada do atleta, já haviam sido condenados em novembro de 2012.

O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos foi condenado a 22 anos de prisão. O último júri do caso foi realizado em agosto de 2013 e condenou Elenilson da Silva e Wemerson Marques, o Coxinha, por sequestro e cárcere privado do filho de Eliza Samudio com Bruno. Elenilson foi condenado a 3 anos em regime aberto e Wemerson a dois anos e meio também em regime aberto.

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