Materiais apreendidos com professor acusado de pornografia infantil em São Paulo — Foto: Reprodução/TV Globo
A polícia prendeu nesta terça-feira (18) um professor de um colégio de elite na Zona Oeste de São Paulo acusado de produzir e armazenar pornografia infantil. Ele teria captado imagens das genitálias de meninas menores de idade em sala de aula, vestindo a saia do uniforme escolar, por meio de câmeras camufladas em caixas de remédios com pequenos furos.
Segundo os investigadores, o professor de história e de teatro Ivan Secco, de 54 anos, foi autuado em flagrante em sua casa. Ele leciona há 20 anos. A polícia ainda investiga se há indícios de outros crimes, como compartilhamento de pornografia infantil ou estupro de vulnerável.
“Essas câmeras ela colocava embaixo da carteira, se alguém olha é uma caixa de medicamento, no chão, e ele faz com que elas passem, elas se abaixavam achando que era algum tipo de exercício corporal pra se soltar no teatro”, diz Ivalda Oliveira Aleixo, delegada da Divisão de Capturas.
“Ele simulava uma peça de teatro pra pegar a melhor posição com as caixinhas de remédio que ele espalhava por ali”, completa o delegado do Departamento de Operações Policiais Estratégicas, Osvaldo Nico Gonçalves.
Ação contra pornografia infantil em 12 estados prende 43 suspeitos
Os vídeos e fotos eram armazenados em um notebook, HDs externos, pen drives e na câmera utilizada para as filmagens ao longo de três anos. Preso em casa, o suspeito informou que as gravações foram feitas no colégio e indicou a sala de aula onde lecionava, onde foi encontrada uma parte do material usado para a produção e armazenamento das imagens. Segundo a polícia, os diretores do colégio acompanharam a busca na sala de aula, que seria de uso exclusivo do professor detido.
De acordo com a a delegada que cumpriu o mandado de busca e apreensão na casa do professor, ele chegou a pegar uma tesoura quando viu a polícia. Ele confessou que era doente e que tinha muito material na escola, ainda segundo a responsável pelo caso.
Professor de escola particular é preso durante operação de combate à pedofilia
O G1 procurou o colégio, que não se manifestou até a publicação desta reportagem. Em grupos de WhatsApp de pais de alunos circula um comunicado no qual a escola afirma ter sido “surpreendida por uma operação policial de investigação de pedofilia que prendeu um professor da unidade de Pinheiros.”
O comunicado aos pais diz ainda que o colégio se colocou “à disposição das autoridades para colaborar amplamente com as investigações” e que “foi aberta uma sindicância interna para apurar informações complementares.”
“Com relação à comunidade de alunos, a escola já conversou com professores e crianças e nossas portas estão abertas aos pais para conversarmos com quem desejar. Nós estamos em choque e nos comprometemos a entender o que aconteceu e oferecemos apoio incondicional a toda a comunidade”, afirma o comunicado.
Operação contra pornografia infantil
Policiais de 12 estados do Brasil e de mais quatro países começaram a cumprir na manhã desta terça-feira (18) 112 mandados de busca e apreensão na sexta fase da Operação Luz na Infância. O objetivo é combater a pornografia infantil e a exploração sexual de crianças e adolescentes.
Até as 11h30, último balanço divulgado pela operação, 38 suspeitos haviam sido presos em flagrante e 187 mil arquivos foram levados para análise.
A força-tarefa, coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, busca materiais com conteúdo relacionado ao crime de exploração sexual praticado contra menores de idade. Ao todo, 579 agentes estão nas ruas.
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12 de fev de 2020 às 07:40