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Prainha em que Montagner se afogou estava sem sinalização de perigo

Tragédia marcou a prainha de Canindé de São Francisco.
Local passou por obra e desde então estava sem placas, boias e salva vidas.

Do G1 SE

A orla da prainha onde o ator Domingos Montagner se afogou em Canindé de São Francisco (SE) estava sem placas de sinalização e boias limitando a área segura para os banhistas. O local tinha passado por uma reforma, e os salva-vidas tinham sido demitidos. O ator foi arrastado pela correnteza ao tomar banho no Rio São Francisco em um local considerado perigoso na região.

 

ADEUS A MONTAGNER
Fãs e amigos se despedem do ator em SP

Há cerca de um ano, uma corda com boias sinalizadoras demarcava até onde o banhista poderia nadar com segurança. Elas ficavam bem perto da prainha, porque a correnteza na área é forte e forma redemoinhos. O local é conhecido e atrai muitas pessoas – segundo os órgãos de turismo, 200 mil pessoas visitam a área anualmente.

Imagens gravadas na sexta-feira (16), um dia após a tragédia, mostram que não havia nada no rio que indicasse sobre o risco de nadar mais distante das margens, nem placas de sinalização e salva-vidas.

“Eu vim várias vezes aqui já, mas sempre quando eu vinha tinha uma boia aqui, para não ultrapassar, senão salva-vidas aqui, dando informações, instrução para não passar da boia. Mas, chegando aqui hoje não tem essa boia mais”, disse Samuel Silva Santos, morador da região.

Segundo a Prefeitura de Canindé do São Francisco, a sinalização foi retirada no ano passado, quando começou uma obra no local. O governo do estado construiu 14 quiosques para bares e restaurantes e outras melhorias.

A obra custou cerca de R$ 6,5 milhões e foi entregue à prefeitura em agosto. Desde então, o trecho continua sendo frequentado pelos turistas, mesmo sem sinalização. A área chegou a ter 11 salva-vidas, mas atualmente não tem nenhum. Os últimos cinco trabalharam no carnaval e não foram recontratados. Os dois postos de salva -idas recém-construídos estão vazios.

Ator morreu afogado no Rio São Francisco (Foto: Dênison Paiva)

A Prefeitura de Canindé do São Francisco declarou que assim que a obra for oficialmente liberada vai contratar salva-vidas e recolocar a sinalização. O município disse ainda que está impedido de atuar pelo Ministério Público Federal (MPF), que investiga irregularidades na construção.

A prefeitura afirmou que o Ministério Público solicitou a suspensão da entrega da área, que pertence à União, e que o município só pode atuar depois de ter a posse definitiva.

A procuradora do caso, Lívia Tinoco, disse que as investigações não impedem a contratação dos serviços, e que isso não tira da prefeitura a responsabilidade pela segurança na área da prainha.

O Ministério do Planejamento declarou que só devem ser previamente autorizadas pela União obras que mudem de forma permanente o aproveitamento de rios federais, como o São Francisco. E que é descabido considerar que a simples colocação de boias e de placas na orla dependa de autorização do Governo Federal.

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