Blog do Levany Júnior

FOTOS IMAGENS-“Partes do avião pareciam de papel”, conta um dos primeiros policiais a chegar ao local do acidente

Uma das primeiras pessoas a chegar ao local da tragédia com o avião que transportava a delegação da Chapecoense, o coronel Wilson Pardo, 46 anos, liderou um grupo de 500 homens no contato inicial com o local do acidente.

— Havia partes que pareciam papel — contou a ZH, em entrevista na frente do Instituto Nacional de Medicina Legal de Medellín, onde estão todos os corpos das vítimas da tragédia aérea. Com 26 anos de corporação e atual comandante da Polícia Nacional de Antioquia, província cuja capital é Medellín, Pardo disse que nunca havia testemunhado um desastre como esse. A seguir, trechos da conversa:

Quais foram as primeiras cenas que o senhor viu ao chegar ao local do acidente?

Com 500 policiais, chegamos em tempo recorde ao local, que é muito complexo, com muitas subidas e descidas. Ali, a polícia nacional tem um posto, por isso fomos um dos primeiros contingentes a chegar. Em cinco minutos estávamos lá. E escutamos os gritos, os pedidos de ajuda. Nós chegamos e esperamos a chegada dos socorristas para a retirada dos feridos, sobreviventes, a um centro de atendimento mais próximo, no povoado de La Unión. A situação era muito complexa, a meteorologia não ajudava.

Estava chovendo?

Estava escuro. Há noites que são claras, essa era cheia de nuvens escuras, estava chovendo. Nossos policiais ajudaram as pessoas com vida e esperaram que os socorristas chegassem para fazerem seu trabalho. Depois de duas horas, depois da retirada dos cinco sobreviventes, um tenente nosso escutou vozes e foi verificar. Era uma sexta pessoa que sobreviveu depois de duas horas, que foi o jogador Hélio Neto.

Como foi para retirar as pessoas dos destroços?

Os corpos estavam presos nos pedaços que sobraram da aeronave. Tivemos que romper especialmente os cintos de segurança, todos estavam com cintos. Primeiro, tiramos do local de desastre e depois os tiramos com voos da força aérea. Com helicópteros Black Hawk, levamos para Medellín todos os 71 corpos. A situação não era fácil, sequer podíamos pousar os helicópteros.

Leia mais:
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Onde o senhor estava na hora em que soube da tragédia?

Às 22h15min, eu estava chegando em casa, em Medellín, e tratei de me deslocar imediatamente ao local.

Havia cheiro de gasolina?

Não, quando chegamos não havia nenhum cheiro de gasolina nem de óleo, o que nos ajudou.

Por que não havia risco de explosão?

Sim, não havia risco de explosão. E isso nos ajudou para que nos aproximássemos mais rapidamente. Se houvesse explosão, teríamos na sequência incêndios. Os corpos estariam calcinados, e seria mais difícil a identificação. Foi destroçado o avião, em partes parecia papel. Em cima, a fuselagem estava totalmente destroçada. Recuperamos os corpos completos, com membros superiores e inferiores.

Já tinha visto uma tragédia como essa?

Não, primeira vez em 26 anos que vejo algo desse tamanho, algo que nos dói muito. Fizemos o possível e em tempo recorde.

Quanto tempo durou tudo?

No total, oito horas de operação. E tiramos na noite ainda as seis pessoas com vida, que eram a prioridade.

Quando serão retirados os objetos dos passageiros, que estão no local da tragédia?

Nesse momento, temos a polícia nacional ali para ajudar na investigação. Vamos permanecer ali, cuidando da fuselagem e dos objetos, todos os elementos que possam ajudar na investigação.

Uma das primeiras pessoas a chegar ao local da tragédia com o avião que transportava a delegação da Chapecoense, o coronel Wilson Pardo, 46 anos, liderou um grupo de 500 homens no contato inicial com o local do acidente.

— Havia partes que pareciam papel — contou a ZH, em entrevista na frente do Instituto Nacional de Medicina Legal de Medellín, onde estão todos os corpos das vítimas da tragédia aérea. Com 26 anos de corporação e atual comandante da Polícia Nacional de Antioquia, província cuja capital é Medellín, Pardo disse que nunca havia testemunhado um desastre como esse. A seguir, trechos da conversa:

Quais foram as primeiras cenas que o senhor viu ao chegar ao local do acidente?

Com 500 policiais, chegamos em tempo recorde ao local, que é muito complexo, com muitas subidas e descidas. Ali, a polícia nacional tem um posto, por isso fomos um dos primeiros contingentes a chegar. Em cinco minutos estávamos lá. E escutamos os gritos, os pedidos de ajuda. Nós chegamos e esperamos a chegada dos socorristas para a retirada dos feridos, sobreviventes, a um centro de atendimento mais próximo, no povoado de La Unión. A situação era muito complexa, a meteorologia não ajudava.

Estava chovendo?

Estava escuro. Há noites que são claras, essa era cheia de nuvens escuras, estava chovendo. Nossos policiais ajudaram as pessoas com vida e esperaram que os socorristas chegassem para fazerem seu trabalho. Depois de duas horas, depois da retirada dos cinco sobreviventes, um tenente nosso escutou vozes e foi verificar. Era uma sexta pessoa que sobreviveu depois de duas horas, que foi o jogador Hélio Neto.

Como foi para retirar as pessoas dos destroços?

Os corpos estavam presos nos pedaços que sobraram da aeronave. Tivemos que romper especialmente os cintos de segurança, todos estavam com cintos. Primeiro, tiramos do local de desastre e depois os tiramos com voos da força aérea. Com helicópteros Black Hawk, levamos para Medellín todos os 71 corpos. A situação não era fácil, sequer podíamos pousar os helicópteros.

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Onde o senhor estava na hora em que soube da tragédia?

Às 22h15min, eu estava chegando em casa, em Medellín, e tratei de me deslocar imediatamente ao local.

Havia cheiro de gasolina?

Não, quando chegamos não havia nenhum cheiro de gasolina nem de óleo, o que nos ajudou.

Por que não havia risco de explosão?

Sim, não havia risco de explosão. E isso nos ajudou para que nos aproximássemos mais rapidamente. Se houvesse explosão, teríamos na sequência incêndios. Os corpos estariam calcinados, e seria mais difícil a identificação. Foi destroçado o avião, em partes parecia papel. Em cima, a fuselagem estava totalmente destroçada. Recuperamos os corpos completos, com membros superiores e inferiores.

Já tinha visto uma tragédia como essa?

Não, primeira vez em 26 anos que vejo algo desse tamanho, algo que nos dói muito. Fizemos o possível e em tempo recorde.

Quanto tempo durou tudo?

No total, oito horas de operação. E tiramos na noite ainda as seis pessoas com vida, que eram a prioridade.

Quando serão retirados os objetos dos passageiros, que estão no local da tragédia?

Nesse momento, temos a polícia nacional ali para ajudar na investigação. Vamos permanecer ali, cuidando da fuselagem e dos objetos, todos os elementos que possam ajudar na investigação.

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