A Polícia Civil suspeita que o assassinato do espanhol Anxo Anton Valiño Gonzales, de 51 anos, na tarde desta quinta-feira (6)  na rua Carlos Gomes, no Jardim Lola, em São Gonçalo Amarante, tenha sido motivado pela “vida criminosa” que ele levava. Segundo o delegado Raimundo Rolim, titular da delegacia de São Gonçalo do Amarante, existe a suspeita de que Anxo, atualmente, estava envolvido com o tráfico de drogas. Porém, nenhuma linha de investigação pode ser descartada.

Adriano AbreuO espanhol Anxo Anton foi atingido com cinco disparos em várias partes do corpo. O crime ocorreu ontem às 12h30. A atual mulher dele (na cadeira) não se feriu

Condenado pelo assassinato do empresário Paulo de Tarso Ubarana, morto em 2004, o estrangeiro que estava respondendo pelo crime em regime aberto, autorizado em maio deste ano, aparece desta vez  como vítima de uma morte bárbara, com indícios de execução.

O delegado não exclui nenhuma hipótese. “Foi um assassinato com características de execução. Ainda é muito cedo para afirmar a motivação do assassinato, mas ele tem um histórico na polícia e era envolvido com drogas, inclusive, uma pequena quantidade de maconha foi encontrada na garupa da moto que ele estava. A polícia vai investigar todas as nuances”, explicou o delegado.

O espanhol estava chegando  em casa com a mulher, quando percebeu que estava sendo seguido por dois homens em uma motocicleta. De acordo testemunhas, o casal tentou acelerar para chegar mais rápido em casa, mas o espanhol acabou baleado em frente à residência. A mulher conseguiu correr e se esconder nas proximidades. Anxo foi baleado à queima roupa e atingido com cinco disparos em várias partes do corpo. O crime ocorreu por volta das 12h30.

Segundo a Policia Civil, a mulher de Anxo disse que antes de efetuar os disparos, um dos homens retirou o capacete e olhou fixamente para o espanhol. O casal tinha um relacionamento desde 2012 e morava no imóvel há dois meses. Além de drogas, R$ 484 em dinheiro fracionado, estava escondido dentro da cueca dele. Em 2010, Anxo Anton chegou a ser preso por porte ilegal de arma e, na ocasião, a polícia encontrou drogas em seu poder.

Coincidentemente, Rolim também foi o delegado que investigou a morte de Paulo Ubarana. À época, o caso chamou a atenção dos potiguares. Segundo Rolim, o crime cometido por Anxo foi bárbaro. “O espanhol criou uma emboscada para Paulo, que quando chegou no local do crime, encontrou a própria cova feita. Vestígios mostraram que o empresário tentou escapar, mas infelizmente teve um desfecho trágico”, disse.

CASO UBARANA
Anxo Anton e a mulher dele, a dançarina alagoana Maria Patrícia da Silva, foram considerados culpados pelo assassinato do empresário Paulo de Tarso Ubarana, proprietário do bar Blackout, na Ribeira. O júri fixou a pena em 19 anos de reclusão, mas ele teve progressão do regime determinada já em 2008, quando passou a cumprir prisão no semiaberto. Paulo Ubarana desapareceu no dia 21 de setembro de 2004. A última vez que o empresário foi visto foi na companhia do casal, em um restaurante na praia de Búzios, no mesmo dia do desaparecimento. O espanhol teria levado Paulo até um matagal nas proximidades de Alcaçuz, em Nísia Floresta, onde o executou.  Uma semana depois, o corpo dele foi encontrado com dois tiros de pistola na cabeça, no matagal de Alcaçuz.